segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

PARA QUEM TEM FÉ,REFLETIR...

 


É o texto mais lindo que já li em minha vida.
Agradeço muitíssimo a dedicação a mim.
E ressalto que concordo com cada frase, cada palavra,cada sentimento expresso no mesmo.



E quanto a fé...
É a ela que recorro todos dos dias pra sair da cama e começar de novo...



Beijos e muita fé. Lane
 
Foto de La Brèvine,35 graus negativos esta noite,
enviada por HPT.

DEDICO PARTE DESTE TEXTO A Leone Lacerda E PARTE A Lane Lacerda

                        A Palavra Que Faltava



Havia uma  pequena mulher que amava as palavras. 
Desde a meninice, elas exerciam sobre ela um grande fascínio.
Talvez por isso ela tenha aprendido a ler muito cedo.
Desejava decifrar aqueles sinais que preenchiam as páginas do jornal.
Gostava de apreciar a sonoridade das palavras.
Umas suaves, outras mais agressivas.
E de aprender o significado de cada uma delas.
Encantava-se em saber que as palavras têm o poder de representar o pensamento humano e estabelecer a comunicação entre as pessoas.
Descobriu que existem palavras doces e perfumadas, como flor, carinho, amizade, maçã.
Outras, tristes e angustiantes como lágrima, distância, saudade.
Algumas dolorosas como crime, fome, abandono, guerra.
Algumas alegres e descontraídas, como primavera, natureza, criança.
Verificou que existem palavras que soam como uma sentença de morte, como câncer.
Dá para imaginar o impacto que esse vocábulo é capaz de causar nos ouvidos de quem a ouve?
Um dia, no entanto, ela ouviu dos lábios do médico que acabara de examinar com muito cuidado uns raios-x, esta palavra e a achou muito feia.
Num momento, a paisagem se modificou, pareceu-lhe não haver mais luz, embora ainda fosse dia.
O sangue lhe sumiu das faces, dando lugar a um suor gélido.
O coração tentou fugir a galope.
Ela se lembrou de que, tempos atrás, fora convocada para uma batalha pela vida.
Agora, outra vez lhe competia empreender a luta pela vida.
Fruto da ignorância, o medo, sempre oportunista, se instalou e a insegurança a dominou.
O especialista foi lhe afirmando que havia muitas chances de melhora, graças às mais recentes conquistas da medicina.
Mas ela nem conseguia mais prestar atenção.
A voz do médico parecia distante.
O cérebro dela desenhava paisagens sombrias, comprometendo o equilíbrio.
De volta ao lar, um tanto mais calma, talvez inspirada por benfeitores invisíveis, ela se lembrou de orar. Preparou sua alma para entrar em contato com Jesus e lhe rogar as forças necessárias.
Enquanto orava, pareceu ver o azul do firmamento, num cair de tarde, começando a salpicar de estrelas. Dele se destacou uma luz radiante, abrangendo todo o espaço ao seu redor.
Alguém, de olhar sereno e sorriso cativante lhe estendeu os braços.
Caminhou em sua direção e um delicado perfume a envolveu.
Ela se sentiu aconchegar de encontro ao peito daquela criatura tão serena, como se fosse uma criança amedrontada.
Uma nova energia invadiu todo o seu ser e, então, como um canto divino ela ouviu dentro d’alma a voz melodiosa do mensageiro:
Filha, por que choras? Entre todas as palavras que admiras, esqueceste a mais importante, a mais poderosa.
Ela se atreveu a perguntar: e que palavra eu esqueci, Senhor?
Ele se afastou um pouco, tomou o rosto dela entre suas mãos e olhando-a com doce ternura, respondeu:
A palavra é fé!



...............



Akiire M.