segunda-feira, 12 de julho de 2010

DE CORAÇÃO,EU DESEJO TUDO ISTO,
ÀS PESSOAS BOAS,QUE JA PASSARAM PELA MINHA VIDA.



Desejo a você...

Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Aprender uma nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena,serena,
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel...
E muito carinho meu".



Carlos Drummond de Andrade
Escrever, para mim, ultimamente, deixou de ser um ato lúdico para ser um exercício de dor.
Ainda percebo algum lirismo em minha prosa e meu verso, mas ele vem sangrando, ele se desgarra das feridas abertas e espalha-se por todo o texto.
Escrever é dor, é dor... é dor... é dor...

Porque eu mesmo não sou eu.
Sou um mutante, sou um diferente, sou um ausente de mim mesmo, eu me esqueci dentro do espaço inconsciente que fica entre a razão e a loucura.
Minha sensibilidade se solidificou dentro de um coração empedernido em um peito cheio de ressentimentos, ela foi esquecida e sua poeira se junta em dois generosos dedos por sobre minha consciência.
Nada me acalenta, nada me apascenta, nada me tranqüiliza, sou o ultimo brilho do estopim aceso, sou o barril de pólvora pronto para explodir, eu sou o brilho no olhar da fera, eu sou o ultimo suspiro de esperança, sou ninguém e nada ao mesmo tempo agora, sou a revolução estúpida e todas as revoltas tolas, sou o beijo que quis ser dado e ficou prisioneiro dentro de um desejo que não se concluiu.
Meus maiores pecados não foram os cometidos, e sim aqueles que ficaram esquecidos dentro de uma vontade covarde.
Eu me perdi, sou um quase qualquer coisa feito de nobres matérias primas de idiotices.
Vêem os sorrisos, eu não estou entre eles.
Vêem as lágrimas, também não estou entre elas.
Minha dor é diferente, é sozinha, é amargurada, uma agonia que se constrói dentro de minha própria inércia, da impossibilidade que me dou de sofrer de verdade, como todos fazem.
Minhas emoções são forjadas pela minha estupidez e burrice.
Até nisso me faço diferente, minha expiação é solitária, minha tristeza tem a robustez de uma clausura ao qual eu próprio me submeti, uma clausura que sufoca minha liberdade e meu desejo real de ser feliz...
Isto, meu maior pecado é não tentar, é não cair pelo caminho, é não tentar ser feliz do jeito que realmente quero, é não sangrar de verdade no altar dessa busca...
Então, como posso escrever o amor e a felicidade....
Se a dor me invade, me flecha por todos os lados de meu corpo?
Não escrevo o amor...
Eu sou a dor...
o amor em mim é apenas um intruso, um passageiro errante, um andarilho, alguém que passa, me olha levemente com uma sugestão adocicada e cheia de possibilidades, e, depois, se vai...
sem deixar nada...
sem levar nada...
Eu vivo dentro desse vazio!
Escrever para mim tem sido um delirante exercício de dor... De dor... De dor...