domingo, 13 de novembro de 2011

RUBEM ALVES.

Quase (qua.se!) todas as fotos deste blog,são feitas por mim, Leone Lacerda,algumas poucas retiradas da Net,outras pelos meus fotográfos, o Suiço H.T.P e o português Fernando Lourenço e estão à disposição de quem interessar possa. Podem fazer o uso ,copiar;etc;espero que apenas a minha arte cheia de sentimento,possa despertar amor e paz,em outros seres humanos. Esta foto especialmentem dedico ao Sr. Pena. Diretamente do meu jardim,
 Leone Lacerda.
Fuiconvidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei. Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia. Eu me explico.
Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maiakovski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. Van Gogh matou-se. Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakoviski suicidou-se.
Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos. Mas será que tinham saúde mental? Saúde mental, essa condição em que as idéias comportam-se bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado; nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, bastar fazer o que fez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme) ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, a coragem de pensar o que nunca pensou.
Pensar é uma coisa muito perigosa... Não, saúde mental elas não tinham. Eram lúcidas demais para isso. Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idosos de gravata. Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental. Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos a que teria de se submeter se fosse pedir emprego numa empresa. Por outro lado, nunca ouvi falar de político que tivesse estresse ou depressão. Andam sempre fortes em passarelas pelas ruas da cidade, distribuindo sorrisos e certezas.
Sinto que meus pensamentos podem parecer pensamentos de louco e por isso apresso-me aos devidos esclarecimentos. Nós somos muito parecidos com computadores. O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas chama-se hardware, literalmente "equipamento duro", e a outra denomina-se software, "equipamento macio". O hardware é constituído por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito.
O software é constituído por entidades "espirituais" - símbolos que formam os programas e são gravados nos disquetes.
Nós também temos um hardware e um software. O hardware são os nervos do cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito como nos computadores, o que fica na memória são símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo "espirituais", sendo que o programa mais importante é a linguagem.
Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software. Nós também. Quando o nosso hardware fica louco há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que se estragou. Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam. Não se conserta um programa com chave de fenda. Porque o software é feito de símbolos, somente símbolos podem entrar dentro dele.
Assim, para se lidar com o software há que se fazer uso dos símbolos. Por isso, quem trata das perturbações do software humano nunca se vale de recursos físicos para tal. Suas ferramentas são palavras, e eles podem ser poetas, humoristas, palhaços, escritores, gurus, amigos e até mesmo psicanalistas.
Acontece, entretanto, que esse computador que é o corpo humano tem uma peculiaridade que o diferencia dos outros: o seu hardware, o corpo, é sensível às coisas que o seu software produz. Pois não é isso que acontece conosco? Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos de Drummond e o corpo fica excitado. Imagine um aparelho de som. Imagine que o toca-discos e os acessórios, o hardware, tenham a capacidade de ouvir a música que ele toca e se comover. Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta e se arrebenta de emoção! Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei no princípio: a música que saía de seu software era tão bonita que seu hardware não suportou.
Dados esses pressupostos teóricos, estamos agora em condições de oferecer uma receita que garantirá, àqueles que a seguirem à risca, saúde mental até o fim dos seus dias. Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes. A beleza é perigosa para o hardware. Cuidado com a música. Brahms e Mahler são especialmente contra-indicados. Já o rock pode ser tomado à vontade.
Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar. Há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento. Se há livros do doutor Lair Ribeiro, por que se arriscar a ler Saramago? Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais. E, aos domingos, não se esqueça do Silvio Santos e do Gugu Liberato.
Seguindo essa receita você terá uma vida tranqüila, embora banal. Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E, em vez de ter o fim que tiveram as pessoas que mencionei, você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos. Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já terá se esquecido de como eles eram.


Autor: Rubem Alves
É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.


Pablo Neruda

sábado, 12 de novembro de 2011

AO Senhor Pena.

Meu Caro Senhor Pena, eu peço imensas desculpas pelo desentendimento. O senhor é um homem muito simpático e elegante, escreve de forma espetacular o seu Blog Memórias Vivas e Reais;parabéns.
O seu nome, em letras garrafais, se encontra no final do Texto, dando ao Senhor o devido crédito. Não penso que se roubam palavras tão lindas, um dia escritas por qualquer pessoa. Eu sou uma colecionadora de lindos textos e Poemas, desde a minha infância; quando eu disse, SOB O MEU OLHAR, queria apenas valorizar o texto,que descrevia exatamente o que eu sentia naquele momento;o meu sentimento. Não tenho a menor necessidade de publicar textos  em minha homenagem; eu tenho os meus e quando não os posto,é porque amo a leitura e gosto de fazer com que os meus contatos,leiam o que há de mais bonito no momento. Lamento profundamente o teor das suas palavras; não combina com a sua elegancia de ser e de escrever. Abaixom no Texto Memórias Vivas e Reais, tem o nome do Senhor, caso tenha sido um mal entendido, estou aqui a declarar para o universo. Me perdoe, me desculpe, sorry, desculpa; espero ter sido clara. Leia o texto 1 vez mais e lá verá o seu nome. Obrigada pela correção. Seja mais suave com as palavras... é disto que o mundo precisa. SUAVIDADE.
Desculpa, Leone Lacerda.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Quem crer em mim terá a vida. Jesus Cristo
Em tudo, na vida, a perfeição é finalmente atingida, não quando nada mais existe para acrescentar,mas quando não há mais nada para retirar.
S.Exupery
Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e viver com ousadia, pois o triunfo pertence a quem mais se atreve. E a vida é muito para ser insignificante.
Charles Chaplin
Alguns têm títulos de doutores, mas são reprodutores de conhecimento, repetem o que estudaram, falam o que os outros produziram. Precisamos de poetas da vida nos recônditos da sociedade. Precisamos surpreender as pessoas e ajudá-las a mudar os alicerces da sua história.
Augusto Cury
A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos.
George Bernard Shaw
Ter problemas na vida é inevitável; ser derrotado por eles é opcional.
 Roger Crawford
A vida é uma grande universidade, mas pouco ensina a quem não sabe ser aluno.
Augusto Cury
Teoricamente, sabemos que a terra gira, mas nós não percebemos; o solo que pisamos não parece mexer-se, e vivemos tranqüilos; o mesmo acontece com o tempo de nossa vida.
Marcel Proust
Os primeiros quarenta anos de vida dão-nos o texto; os trinta seguintes, o comentário.
Arthur Schopenhauer
O coração é o relógio da vida. Quem não o consulta, anda naturalmente fora do tempo.
Machado de Assis.
Faz pouca diferença o que está acontecendo. É como você percebe que conta. A vida é o filme que você vê através dos seus próprios olhos.
Denis W.
Quando eu ouço alguém suspirar: "A vida é dura", eu sempre sou tentado a perguntar: "Comparada a quê?
  Sydney J. Harris
As coisas mais importantes na vida não são coisas.
Anthony J. D'Angelo
A vida se tornaria insuportável, se não nos proporcionasse mudanças.
Joseph Murphy
O mais importante da vida não é a situação em que estamos, mas a direção para a qual nos movemos. Oliver Wendell Holmes
 Amas a vida? Não dissipes, nesse caso, o tempo, pois é de tempo que a vida é feita.
Benjamim Franklin
Uma vida sem causa é uma vida sem efeito.
Barbarella
Religião, ciência, filosofia, embora ainda discordem em muitos pontos, concordam em que toda existência tem um objetivo.A vida é uma missão. Qualquer outra definição de vida desorienta aqueles que a aceitam.
Mazzinni
A sua vida e o seu mundo mudam quando você muda.
Roberto Shinyashiki
Não podemos fazer muito sobre a extensão de nossa vida, mas podemos fazer muito sobre a largura e a profundidade dela
Evan Esar



Wanda Lupato.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

DENTRO DE VOCÊ!










E se eu disser que
dentro de você mora um anjo que se reveste de luz
para fazer novos amigos?
E se eu disser que dentro de você existe uma paz infinita que o torna tão amigo e querido?
E se eu disser que dentro de você existe luz e que essa luz apaga a inveja, a discórdia e a guerra?
E se eu disser que
dentro de você existe
um cupido que espalha amor e que flecha meu coração?
E se eu disser que você
é iluminado pelas estrelas e seus olhos parecem reflexo dessa luz?
E se eu disser que você é divinamente concebido
e tem dentro de si tudo o que precisa para viver?
E se eu disser que dentro de você existe uma fera que sabe lutar e defender os seus?
E se eu disser que dentro de você habita uma chama que é capaz de incendiar uma cidade?
E se eu disser que dentro de você mora um inventor
capaz de criar mil maneiras de fazer a mesma coisa?
E se eu disser que dentro de você existe um construtor que é capaz
de criar novos caminhos?
E se eu disser que dentro de você existe um elo de corrente que o liga ao sobrenatural tão facilmente?
E se eu disser que você é um deus, e que possui a chave da vida eterna...
Da alegria que não acaba, dos sonhos que se realizam, da saúde que se perpetua, dos amigos que nunca o esquecem!
Da saudade gostosa, do desejo que realiza, do prazer da vida?
Você é a própria luz.
Acredite nisso e brilhe,
por amor a você e a quem o criou.
Construa, viva, conquiste,
não aceite as derrotas, os "nãos”!
O impossível é apenas uma força te convidando para realizar.
Acredite.
Dentro de você existe um universo em permanente construção.


Paulo Roberto Gaefke

DENTRO DE VOCÊ!




DENTRO DE VOCÊ
E se eu disser que
dentro de você mora um anjo que se reveste de luz
para fazer novos amigos?
E se eu disser que dentro de você existe uma paz infinita que o torna tão amigo e querido?
E se eu disser que dentro de você existe luz e que essa luz apaga a inveja, a discórdia e a guerra?
E se eu disser que
dentro de você existe
um cupido que espalha amor e que flecha meu coração?
E se eu disser que você
é iluminado pelas estrelas e seus olhos parecem reflexo dessa luz?
E se eu disser que você é divinamente concebido
e tem dentro de si tudo o que precisa para viver?
E se eu disser que dentro de você existe uma fera que sabe lutar e defender os seus?
E se eu disser que dentro de você habita uma chama que é capaz de incendiar uma cidade?
E se eu disser que dentro de você mora um inventor
capaz de criar mil maneiras de fazer a mesma coisa?
E se eu disser que dentro de você existe um construtor que é capaz
de criar novos caminhos?
E se eu disser que dentro de você existe um elo de corrente que o liga ao sobrenatural tão facilmente?
E se eu disser que você é um deus, e que possui a chave da vida eterna...
Da alegria que não acaba, dos sonhos que se realizam, da saúde que se perpetua, dos amigos que nunca o esquecem!
Da saudade gostosa, do desejo que realiza, do prazer da vida?
Você é a própria luz.
Acredite nisso e brilhe,
por amor a você e a quem o criou.
Construa, viva, conquiste,
não aceite as derrotas, os "nãos”!
O impossível é apenas uma força te convidando para realizar.
Acredite.
Dentro de você existe um universo em permanente construção.



Paulo Roberto Gaefke









terça-feira, 13 de setembro de 2011

QUE DEUS NÃO PERMITA.


Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO, mesmo sabendo que as rosas não falam...

Que eu não perca o OTIMISMO, mesmo sabendo que o futuro que nos espera pode não ser tão alegre...

Que eu não perca a VONTADE DE VIVER, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa...

Que eu não perca a vontade de TER GRANDES AMIGOS, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas...

Que eu não perca a vontade de AJUDAR AS PESSOAS, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir, esta ajuda...

Que eu não perca o EQUILÍBRIO, mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia...

Que eu não perca a VONTADE DE AMAR, mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo pode não sentir o mesmo sentimento por mim...

Que eu não perca a LUZ E O BRILHO NO OLHAR, mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo escurecerão meus olhos...

Que eu não perca a GARRA, mesmo sabendo que a derrota e a perda são dois adversários extremamente perigosos...

Que eu não perca a RAZÃO, mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas...

Que eu não perca o SENTIMENTO DE JUSTIÇA, mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu...

Que eu não perca o meu FORTE ABRAÇO, mesmo sabendo que um dia meus braços estarão fracos...

Que eu não perca a BELEZA E A ALEGRIA DE VER, mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos e escorrerão por minha alma...

Que eu não perca o AMOR POR MINHA FAMÍLIA, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigiria esforços incríveis para manter a sua harmonia...

Que eu não perca a vontade de DOAR ESTE ENORME AMOR que existe em meu coração, mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até rejeitado...

Que eu não perca a vontade de SER GRANDE, mesmo sabendo que o mundo é pequeno...

E acima de tudo...

Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente!

Que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um é capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois...

A VIDA É CONSTRUÍDA NOS SONHOS E CONCRETIZADA NO AMOR!

Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 12 de setembro de 2011



Escrevi 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais requisitada que eu já escrevi. Meu taxímetro chegou aos 90 em agosto, então, aqui está a coluna, mais uma vez:

 1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
 2. Quando estiver em dúvida, apenas dê o próximo pequeno passo.
 3. A vida é muito curta para perdermos tempo odiando alguém.
 4. Seu trabalho não vai cuidar de você quando você adoecer. Seus amigos e seus pais vão. Mantenha contato.
 5. Pague suas faturas de cartão de crédito todo mês.
 6. Você não tem que vencer todo argumento. Concorde para discordar.
 7. Chore com alguém. É mais curador do que chorar sozinho.
 8. Está tudo bem em ficar bravo com Deus. Ele agüenta.
 9. Poupe para a aposentadoria, começando com seu primeiro salário.
 10. Quando se trata de chocolate, resistência é em vão.
 11. Sele a paz com seu passado, para que ele não estrague seu presente.
 12. Está tudo bem em seus filhos te verem chorar.
 13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que se trata a jornada deles.
 14. Se um relacionamento tem que ser um segredo, você não deveria estar nele.
 15 Tudo pode mudar num piscar de olhos; mas não se preocupe, Deus nunca pisca.
 16. Respire bem fundo. Isso acalma a mente.
 17. Se desfaça de tudo que não é útil, bonito e prazeroso.
 18. O que não te mata, realmente te torna mais forte.
 19. Nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz. Mas a segunda só depende de você e mais ninguém.
 20. Quando se trata de ir atrás do que você ama na vida, não aceite "não" como resposta.
 21. Acenda velas, coloque os lençóis bonitos, use a lingerie elegante. Não guarde para uma ocasião especial. Hoje é especial.
 22. Se prepare bastante; depois, se deixe levar pela maré...
 23. Seja excêntrico agora, não espere ficar velho para usar roxo.
 24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
 25. Ninguém é responsável pela sua felicidade, além de você.
 26. Encare cada "chamado" desastre com essas palavras: Em cinco anos, vai importar?
 27. Sempre escolha a vida.
 28. Perdoe tudo de todos.
 29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
 30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo.
 31. Indepedentemente de a situação ser boa ou ruim, irá mudar.
 32. Não se leve tão a sério. Ninguém mais leva...
 33. Acredite em milagres.
 34. Deus te ama por causa de quem Ele é, não pelo que vc fez ou deixou de fazer.
 35. Não faça auditoria de sua vida. Apareça e faça o melhor dela agora.
 36. Envelhecer é melhor do que morrer jovem.
 37. Seus filhos só têm uma infância.
 38. Tudo o que realmente importa, no final, é que você amou.
 39. Vá para a rua todo dia. Milagres estão esperando em todos os lugares.

40. Se todos jogássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos os de todo mundo, pegaríamos os nossos de volta.
41. Inveja é perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor está por vir.
43. Não importa como vc se sinta, levante, se vista e apareça.
44. Produza.
45. A vida não vem embrulhada em um laço, mas ainda é um presente "

CANTIGA PARA NÃO MORRER.




Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.
Ferreira Gullar

domingo, 11 de setembro de 2011

A ORIGEM DA MULHER.














Existem várias lendas sobre a origem da Mulher.
Uma diz que Deus pôs o primeiro homem a dormir, inaugurando assim a anestesia geral, tirou uma de suas costelas e com ela fez a primeira mulher.
E que a primeira provação de Eva foi cuidar de Adão e agüentar o seu mau humor, enquanto ele convalescia da operação.
Uma variante desta lenda diz que Deus, com seu prazo para a Criação estourado, fez o homem às pressas, pensando “Depois eu melhoro”, e mais tarde, com tempo, fez um homem mais bem-acabado, que chamou Mulher, que é “melhor” em aramaico.
Outra lenda diz que Deus fez a mulher primeiro, e caprichou nas suas formas, e aparou aqui e tirou dali, e com o que sobrou fez o homem só para não jogar barro fora.
Zeus teria arrancado a mulher de sua própria cabeça.
Alguns povos nórdicos cultivam o mito da Grande Ursa Olga, origem de todas as mulheres do mundo, o que explica o fato das mulheres se enrolarem periodicamente em pêlos de animais, cedendo a um incontrolável impulso atávico, nem que seja só para experimentar, na loja, e depois quase desmaiar com o preço.
Em certas tribos nômades do Meio Oriente ainda se acredita que a mulher foi, originariamente, um camelo, que na ânsia de servir seu mestre de todas as maneiras foi se transformando até adquirir sua forma atual.
No Extremo Oriente existe a lenda de que as mulheres caem do céu, já de kimono.
E em certas partes do Ocidente persiste a crença de que mulher se compra através dos classificados, podendo-se escolher idade, cor da pele e tipo de massagem.



Luis Fernando Veríssimo

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Oração escrita PARA LEONE LACERDA


 

Oração do Perdão

Senhor Jesus Cristo, hoje peço-vos a graça de perdoar a todos em minha vida.
Sei que dareis a força para perdoar. 
Abandono todo o ressentimento contra vós por causa de adversidades, morte e doença na família. 
Entrego-me a vós hoje, com fé e confiança, vós me amais mais do que amo a mim mesmo e quereis minha felicidade mais do que eu mesmo o desejo. Jesus, vós sois o Senhor de minha vida.
Penetrai mais fundo em meu coração e removei tudo que bloqueia a abundância de vosso amor. Concedei-me a graça de repousar em vossos braços e permiti que eu seja amado por vós.
Senhor, porque me perdoastes, perdôo A MIM MESMO meus pecados, minhas faltas e meus fracassos.
 Perdôo a mim mesmo tudo que é realmente ruim em mim e tudo que penso ser ruim.
Perdôo a mim mesmo por tomar vosso nome em vão; por não vos louvar; por magoar meus pais; por me embriagar ou usar drogas; por pecar contra minha pureza; por cometer adultério; por praticar o aborto; por furtar ou mentir;por mim ou para ajudar a outrem, hoje perdôo a mim mesmo de verdade.
Abandono toda negatividade a mim mesmo.
Obrigado, Senhor.
 Hoje abandono as coisas que guardei contra mim mesmo e faço as pazes comigo.
Estou diante de vós como intercessor e estendo o perdão a meus ANTEPASSADOS por atos de negatividade e desamor. 
Venho diante de vós, Senhor, em nome de todos os que estão em minha árvore genealógica e peço desculpas por todos os atos pecaminosos. 
Que o perdão jorre por minha árvore genealógica.
Que hoje as feridas do passado sejam curadas por meu ato de perdão.
Senhor, perdôo minha MÃE.
Eu a perdôo pelas vezes que me magoou,me maltratou,ficou ressentida comigo ou me puniu injustamente. Eu a perdôo por preferir meus irmãos e irmãs; eu a perdôo por me dizer que eu era boba, feia, estúpida, a pior dos filhos, ou que eu dava muita despesa à família.
Eu a perdôo por me rejeitar, abandonar, ou por tentar me abortar.
Eu a perdôo por me dizer que eu era indesejável, uma desgraça ou um erro.
Pelo modo como ela não me deu uma benção materna profunda e satisfatória, eu a perdôo hoje. Rezo por ela, hoje, e peço que Deus a abençoe.
 Eu a perdôo por qualquer falta de sustento, qualquer falta de carinho e de beijos.E por nenhum abraço.
Perdôo meu PAI. Eu te perdôo qualquer falta de apoio, de companheirismo; eu perdôo por beber, por castigar sem piedade,com severidade, pelo abuso sexual, pela deserção ou pela infidelidade a minha mãe.
Eu o perdôo por não demonstrar seu amor; pela falta de abraços e beijos, ternura e intimidade. Pelo modo como não recebi uma benção paterna profunda e satisfatória, eu o perdôo hoje. Rezo por ele, hoje e peço que Deus o abençoe.
Perdôo minhas IRMÃS e meus IRMÃOS por quaisquer atos de desamor e negatividade. Perdôo os que me rejeitaram, mentiram a meu respeito,ou me fizeram mentir: ressentiram-se comigo, causaram-me danos físicos ou competiram pelo amor de meus pais ou companheiros.
Perdôo todos os meus PARENTES CONSANGÜÍNEOS pelos danos causados a nossa família.
 Perdôo todos os meus PARENTES AFINS por quaisquer abusos e expressões de negatividade e desamor. Rezo por eles e peço que Deus os abençoe.
Perdôo meu MARIDO  pela falta de amor, de afeto, de consideração, de apoio ou de comunicação; Perdôo-lhe as faltas, os fracassos e as fraquezas. Peço que Deus o abençoe hoje.
Hoje perdôo meus FILHOS. Perdôo-lhes a falta de respeito, a falta de obediência, a falta de amor, a falta de atenção, a falta de entendimento. Perdôo-lhes os maus hábitos, qualquer ato que me perturbou. Rezo por eles e peço que Deus as abençoe.
Perdôo meus AMIGOS. Eu os perdôo por me deixarem na mão, mexericarem a meu respeito, tomarem dinheiro emprestado e não me devolverem ou por incentivarem um comportamento pecaminoso. Rezo por eles e peço a Deus que os abençoe.
Perdôo meus VIZINHOS. Por quaisquer atos de negatividade, pela falta de consideração, pelo preconceito, por fazerem pouco da vizinhança, eu os perdôo hoje. Rezo por eles e peço que Deus os abençoe.
Perdôo aos PADRES, aos BISPOS, às FREIRAS e ao PAPA a falta de apoio, a falta de afabilidade, a mesquinhez, os maus sermões e quaisquer danos que possam ter causado. Rezo por eles e peço a Deus os abençoe.
Perdôo meu PATRÃO. Eu o perdôo por não me pagar o suficiente, por não apreciar meu trabalho, por ser indelicado e pouco razoável, por se zangar ou ser inamistoso, por não me promover, por não me congratular por meu trabalho. Rezo por meu patrão, hoje, e peço que Deus o abençoe.
Perdôo todos os PROFISSIONAIS. Perdôo os ADVOGADOS por qualquer dano que tenham causado.
Perdôo os PROFESSORES por me humilharem e imporem castigos injustos; pela falta de cordialidade; por não incentivarem meu potencial.
Perdôo MÉDICOS, ENFERMEIROS e outros PROFISSIONAIS DA SAÚDE por me tratarem injustamente. Rezo por eles e peço que Deus os abençoe.
Perdôo os que trabalham no SERVIÇO PÚBLICO.
 Perdôo os que aprovaram leis contrárias aos valores cristãos.
 Perdôo os POLICIAIS por quaisquer abusos. Rezo por eles, hoje, e peço que Deus os abençoe.
Pai celeste, agora perdôo todos os membros da SOCIEDADE que me tenham magoado de alguma forma. Perdôo os que me rejeitaram ou prejudicaram por meio de ato criminoso, agressão sexual ou atos obscenos. Perdôo os estranhos e anônimos perpetradores do mal na sociedade. Perdôo os que me enganaram ou difamaram meu caráter. Perdôo aqueles a quem não posso me dirigir pessoalmente e enfrentar com minha ira: o ladrão que fugiu, o deflorador, o assassino, os desconhecidos transmissores de doenças, os agressores em tempo de guerra. Rezo por eles, hoje, e peço que Deus os abençoe.
Pai celeste, agora perdôo por um ato minha vontade a PESSOA QUE MAIS ME PREJUDICOU NA VIDA. A que é mais difícil de perdoar, decido perdoar agora. Também faço as pazes com o membro da família, o amigo e o membro do clero que mais me prejudicaram na vida. Rezo por eles, hoje, peço que Deus os abençoe. Agradeço-vos, Pai celeste, por nos libertar. Em nome de Jesus.
Amém.



Site Portal de Angels
(não consta o autor)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

PAI NOSSO



  • Pai Nosso que estais no céu, na terra, em todos os mundos espirituais.
  • Santificado e Bendito seja sempre o Vosso Nome, mesmo quando a dor e a desilusão ferirem nosso coração. Bendito Sejas.
  • O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje. Pai, dai-nos o pão que revigora as forças físicas, mas dai-nos também o pão para o espírito.
  • Perdoai as nossas ofensas, mas ensinai-nos antes a merecer o Vosso perdão, perdoando aqueles que tripudiam sobre nossas dores, espezinham nossos corações e destroem nossas ilusões. Que possamos perdoá-los, não com os lábios e sim com o coração.
  • Afastai de nosso caminho todo sentimento contrário a caridade. .
  • Que este Pai Nosso seja dadivoso para todos aqueles que sofrem como espíritos encarnados ou desencarnados.
  • Que uma partícula deste Pai Nosso vá até os cárceres onde alguns sofrem merecidamente, mas outros pelo erro judiciário.
  • Que vá até os hospícios iluminando os cérebros conturbados que ali se encontram.
  • Que vá até os hospitais, onde muitos choram e sofrem sem o consolo da palavra amiga.
  • Que vá a todos aqueles que neste momento transpõem o pórtico da vida terrena para a espiritual, para que tenham um guia e o Vosso perdão.
  • Que este Pai Nosso vá até os lupanaranes e erga as pobres e infelizes criaturas que para ali foram tangidas pela fome, dando-lhes apoio e fé.
  • Que vá até o seio da Terra onde o mineiro está exposto ao fogo do grizu e que ele, findo o dia, possa voltar ao seio de sua família.
  • Que este Pai Nosso vá até os dirigentes das nações para que evitem a guerra e cultivem a paz.
  • Tende piedade dos órfãos e viúvas.
  • Daqueles que até esta hora n ão tiveram uma côdea de pão
  • Tende compaixão dos navegadores dos ares.
  • Dos que lutam com os vendavais no meio do mar bravio.
  • Tende piedade da mulher que abre os olhos do ser à vida.
  • E que a Paz e a Harmonia do Bem fiquem entre nós e estejam com todos. Assim seja.
  • Autoria: “ Um Ser de Luz .
  •  Que todos os seres deste mundo sejam felizes 

  • sábado, 27 de agosto de 2011


    Se eu pudesse trincar a terra toda
    E sentir-lhe uma paladar,
    Seria mais feliz um momento...
    Mas eu que nem sempre quero ser feliz.
    É preciso ser de vez em quando infeliz
    Para se poder ser natural...

    Nem tudo é dias de sol,
    E a chuva, quando falta muito, pede-se.
    Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
    Naturalmente, como quem não estranha
    Que haja montanhas e planícies
    E que haja rochedos e erva...

    O que é preciso é ser-se natural e calmo
    Na felicidade ou na infelicidade,
    Sentir como quem olha,
    Pensar como quem anda,
    E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
    E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
    Assim é 
    e assim seja...


    terça-feira, 23 de agosto de 2011



    Lane,olha EU no SEU manequim!

    Senhor, fazei com que eu aceite
    minha pobreza tal como sempre foi.

    Que não sinta o que não tenho.
    Não lamente o que podia ter
    e se perdeu por caminhos errados
    e nunca mais voltou.

    Dai, Senhor, que minha humildade
    seja como a chuva desejada
    caindo mansa,
    longa noite escura
    numa terra sedenta
    e num telhado velho.

    Que eu possa agradecer a Vós,
    minha cama estreita,
    minhas coisinhas pobres,
    minha casa de chão,
    pedras e tábuas remontadas.
    E ter sempre um feixe de lenha
    debaixo do meu fogão de taipa,
    e acender, eu mesma,
    o fogo alegre da minha casa
    na manhã de um novo dia que começa.”




    Cora Coralina

    quinta-feira, 11 de agosto de 2011

    Aos Mestres H.T.P e Patricia Cordeiro



    Quando eu era guri de tudo, já meio desmiolado – minha genitora dizia espeloteado – eu sempre me encafifava a cismar, cobrando de mim para comigo mesmo: – O que será que significa exatamente VIVER? Ou, com outras palavras – Caetanear, por que não? – Existir, a que será que se destina?
    Logo, sondando o diuturno de minha vida, a rotina de minha mãe entre o tanque, a maternidade e o fogão, concluí, imberbe – inocente, puro e besta como cantou Raul Seixas – que EXISTIR era Comer!
    Explico: levantávamos, comida farta. Polenta de milho branco, pão feito em casa, farofa de ovo ou couve-manteiga. Café, leite e bules de chás de ervas caseiras. Isso tudo no mal alvar das manhãs de Itararé.
    Mal e mal, lá pelas nove em que o galo auroral já ia ciscar noutra freguesia, quintais e terreiros, e lá estava eu beliscando um naco de cana-de-açúcar, um abacate manteiga, uma goiaba madura entre mandorovás-guardiões, ou mesmo comendo leite com farinha quando não comprava fiado do rueiro vendedor, um popular pirulito premiado.
    Às onze, claro, sentia-se nas redondezas por atacado, o tempero do arroz-quirera, o ovo frito, quando o meu nariz captava a hora pelos temperos, frituras, em seguida as mães dos piás rebentos a gritarem, cobrando: -Vem comer, Dito!. Tá na hora do almoço, Nelson. Jeronçaaaaaaa, venha se limpar pra bóia, piá!!!!
    Isto posto, almoço lauto, família toda em volta da mesa redonda, de sobremesa uma rapadura, um doce de leite, um doce caseiro feito com arrozina, e, claro, limonada com bicarbonato, quando não uma adorável tubaína de abacaxi ou mesmo tutti-fruti.
    Eu era feliz e sabia que era.
    Bagunça na rua, peladas, bola de meia, catar coquinhos, brincar de carrinhos de rolemãs ou mesmo ler velhos gibis, e lá era hora do rancho da tarde. Quase três da tardinha. Bolo de fubá, um cuque de coco, quando não bolinho de chuva ou mesmo paçoca de amendoim. Eu era um comilão que só vendo.
    Mal a tarde pendurava suas gralhas azuis no delongo do rio da prata, corguinho rente a minha casa de tabuinha, entre cigarras, grilos e pererecas, meu pai abria o portão de nossa casa, punha o acordeão vermelho e, sentado numa cadeira de palha, solava mantras, blues, banzos e outras tristices. Era o aperitivo pra janta reforçada.
    Sopa de fubá com couve rasgada. Ou um arroz com feijão mais picadinho. Batatas com carne moída, ou, boi ralado, como brincávamos de dizer. Meu pai tomava chimarrão. No meu porongo ele punha um pedaço de rapadura de laranja. Delicia.
    Íamos pra igreja, ou, o melhor do ágape, ouvir rádio – Rádio Mairink Veiga do Rio de Janeiro (à bença, Dona Saudade!) – ou mesmo brincar nas quebradas, entre um céu estrelado, uma lua caipira (a lua vem de Itararé), mais os pios noturnos na descalça e cor-de-rosa rua 24 de Outubro, Vila São Vicente, de uma Itararé dos tempos da onça, em que e amarravam cachorros com lingüiça.
    De qualquer modo, lá pelas nove ou nove e meia da noite, um novo café com pão, manteiga não (banha de porco), bule cheio, café torrado e feito na hora, depois era um se assear pra pegar no sono, ouvindo de longe o soar do trem chamado Noturno que ia e vinha, em nossa cidade de divisa, bem na rabeira de São Paulo com o vizinho verdejante estado do Paraná.
    Mal e mal na casa dos sete pra oito anos, o Grupo Escolar Tomé Teixeira. Foi lá que começou tudo. Ali, confesso, mesmo gostando de estudar e já ler um pouco (em meses depois escrevia minhas primeiras trovas pueris); mesmo meu pai passando a cinta se não déssemos no couro nas primeiras letras da escola de gabarito (e boas notas, claro), ficar sentado quatro horas era muito incômodo e chato. E toma cópia, soma, ditado, leitura. Estudar era maçante, confesso.
    O que compensava era a peculiar ternura da professora Dona Jocelina (eu sempre fui muito manteiga derretida), depois Dona Nancy, pelas quais eu era mesmo tremendamente apaixonado. E elas eram caprichosas. E me descobriram nos primeiros chuleios de versos e sensoriedades precoces. Com faniquitos. Aí caprichei de aprontar novos pensares.
    Pois mudei o favo do enfoque: Então viver era estudar? Aí, entrando, claro, no verbo, ler, escrever, pensar e sentir a escada pro alto que é a escola. Pois fui na vazão. Estudar era o sentido da vida. Até hoje, confesso, matutando sobre o destino de todos nós, de onde viemos, para onde vamos, quem somos, configuro como esteio dessas minhas conjecturas, que Existir é mesmo um laboratório de vivências.
    Viver é aprender. A grande viagem da lição de existir, é evoluir aprendendo.
    Estamos aqui somando elos, perdendo burrezas pegajentas, tornando-nos afinados. Também acho que a vida é um grande baile, para o qual fomos convidados a participar. Você vai dançar ou ficar aí parado, enquanto a música toca, todo mundo roda, todos cantam e sorriem?
    Você vai ler, escrever, estudar, pesquisar, enquanto um ou outro mané fica sentado vendo a banda passar, passando em brancas nuvens pela vida, perdendo o sentido da viagem. A vida é isso: Uns dão o show. Outros aplaudem. Ou nem isso.
    Aí vem a canção: É impossível ser feliz sozinho. João Gilberto. Bossa Nova. No entanto, discordo aqui e ali, pois, confesso, ser poeta é a minha maneira de ser sozinho. E um poeta não precisa de solidão para ser sozinho. Sou sozinho de mim mesmo. E então escrevo um mundo paralelo, o mundo-sombra, as coisas e acontecências que meu lado sentidor traduzem em palavras. E vivo pelo meu sonho, minha lenda pessoal. Embasado de estudos, cursos, trocas, vivências. Lições.
    Para sobreviver, fazer o quê?. Larguei de ser chefe de escritório jurídico e fui dar aulas. Adorei. Tornei-me o tiofessor de escolas particulares e públicas, lecionando de história a ética, de geografia a cidadania. Procurando ser um bom referencial, nessa atual falta de Deus, de família, de amor.
    Não sou um professor ardido ou infeliz, destemperado ou chato. Adoro dar aulas, me realizo, e tento tornar aquela aula comum mais alegre, cantando raps, citando letras de Lennon a Renato Russo, compondo blues, contando causos, colocando o lado humanus do aluno no foco daquilo que, regendo um ou outro conteúdo, pretendo passar com experiência, ajudando-o a pensar, produzindo conhecimento, formando cidadãos, inclusive no imediatismo social de seu próprio habitat às vezes muito precário.
    Consigo. Eles captam. Abrem seus corações. E as mentes também, claro, daí o fito didático-pedagógico. E entro no mundo deles. E colho solidões. Déficits afetivos, famílias desestruturadas. Sociedade capenga ao derredor. Falta de amor. E um consumismo aterrador.
    Passo-lhes as minhas lições de vidas. Bolo historias em quadrimhos sobre a natureza, aonde o ser Humano (o aluno) é o que vale, daí humanizando a paisagem, compreendendo a partir de então, mapas, relevos, valores, tamanhos, espaços, paisagens, ambientes, tudo o que o cerca. Vivências.
    E vejo que, como eu fugia da realidade triste (infância pobre) na poesia, muitos carentes fogem nos aprendizados da escola às vezes também carente. Sonhando mudar o meio de tantos contrastes sociais. Passam dias sozinhos em casa. Pais mortos, presos ou não declarados. Mães santas carregando o baque de lutas de sol a sol. E alguns especiais, sozinhos, fechados, entre livros, escrevendo, depondo, relatando. Depoimentos. Eu só fui um mero Inspirador. Fiz minha parte. Valeu? Torno-os meus alunos-filhos. Eles gostam.
    Quando chego ficam algo assustados com a aula diferente do usual e rotineiro. Então isso é Geografia? Quando vou para outra escola me escrevem, falam de saudades. Mas acham um louco que plantou canteiros de sonhos nos labirintos solitários da vidas deles, entre cortiços e mansões, favelas e palácios, becos e marginais, guetos e periferias entregues ao deus-dará nesses tempos bicudos de novas esperanças teimando expectativas de justiças e pagamentos de seculares dívidas sociais.
    Eu acredito. Eles acreditam. Sozinhos ou em grupos, com visão ético-plural-comunitária podemos mudar o mundo. E devemos. Afinal, eles, os alunos-filhos, é que serão os advogados, os médicos, os astronautas, os cantores de rocks, os poetas, os cronistas de amanhã.
    Ou os catadores de latinhas, dizem eles, esperançosos, se aplicando nos estudos. E, confessemos, queremos ter uma bela participação futura, mesmo como doces memórias revisitadas, num Brasil para todos os brasileiros, não para os ricos ficarem mais ricos, e continuarem as gangues palacianas e as máfias do nosso nefasto capitalhordismo mamando nas tetas dos podres poderes.
    Sonhar pode? Então eu não sou o único, como disse Lennon. Ainda bem. Outros chegarão. Junte-se a nós.
    O sonho acabou, mas eu, sozinho ou não, faço a minha parte, reconstruindo-o, cheio de esperança. Para, também, um dia, quando for bem velhinho, olhar para trás e ter a consciência do dever cumprido. E tentar com isso, ter um crédito divinal no Banco Novo Mundo.
    Para onde só vamos com o passaporte do primeiro mandamento-salmo, amando o nosso próximo como se a nós mesmos.
    Afinal, já dizia William Shakespeare: “Depois de algum tempo, você aprende/Que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido/O mundo não pára para que você o conserte./Aprende que o tempo não é algo que possa voltar atrás./Portanto, plante seu jardim e decore sua alma/Em vez de esperar que alguém lhe traga flores

    quarta-feira, 10 de agosto de 2011




    Dudu e Belinha,anões e Deus.

    CHIQUE É CRER EM DEUS!

    Belo artigo e porque não dizer conselho! Me surpreendeu!

    SER CHIQUE SEMPRE - GLÓRIA KALIL

    Nunca o termo "chique" foi tão usado para qualificar pessoas como nos
    dias de hoje.

    A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas.
    Assim, para ser chique é preciso muito mais que um guarda-roupa ou closet recheado de grifes famosas e importadas. Muito mais que um belo carro italiano.

    O que faz uma pessoa chique, não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta perante a vida.

    Chique mesmo é ser discreto.
    Quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes e nem precisa contar vantagens, mesmo quando estas são verdadeiras.

    Chique é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, porque se tem brilho próprio.

    Chique mesmo é ser discreto, não fazer perguntas ou insinuações inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta.

    É evitar se deixar levar pela mania nacional de jogar lixo na rua.

    Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador.
    É lembrar-se do aniversário dos amigos.

    Chique mesmo é não se exceder jamais!
    Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir.

    Chique mesmo é olhar nos olhos do seu interlocutor.

    É "desligar o radar", "o telefone", quando estiver sentado à mesa do restaurante, prestar verdadeira atenção a sua companhia.

    Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios.

    Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o homenageado da noite!

    Chique do chique é não se iludir com "trocentas" plásticas do físico... quando se pretende corrigir o caráter: não há plástica que salve grosseria, incompetência, mentira, fraude, agressão, intolerância, ateísmo...falsidade.

    Mas, para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo, vamos todos terminar da mesma maneira, mortos sem levar nada material deste mundo.


    Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se encontrar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem, que não seja correta.

    Lembre-se: o diabo parece chique, mas o inferno não tem qualquer glamour!

    Porque, no final das contas, chique mesmo é Crer em Deus!

    Investir em conhecimento pode nos tornar sábios... mas, Amor e Fé nos tornam humanos!

    GLÓRIA KALLIL

    terça-feira, 9 de agosto de 2011

    Se eu pudesse pedir perdão,pediria por não saber traduzir a minha vida,em palavras.Por isto agradeço ao nobre e espetacular Silas Corrêa Leite,por ter escrito a crônica da minha vida.



    Se eu pudesse pedir perdão...por alguma coisa, algum motivo, alguma razão limpa, talvez pedisse ao meu querido pai, principalmente por não tê-lo compreendido exatamente como deveria, e poderia então, pra perdida sorte minha, ter sacado muito bem e antes de sofrer tudo o que sofri; e teria certamente evitado descaminhos, e talvez assim, de alguma forma (doces memórias) e com revisitada imagem dele, os meus destemperos doessem menos no meu peito entrevado, e agora eu tivesse menos marcas das sinuosas trilhas, e assim eu tivesse ainda mais plenamente as asas da saudade dele sobre mim, como uma benção dos céus distantes.

    Se eu pudesse pedir perdão...por alguma coisa, algum motivo, alguma razão limpa, talvez pedisse perdão à minha pobre mãe velhinha, principalmente por ter deixado o nosso lar-doce-lar muito cedo, cedo demais (cedo para sempre) - cortei minha infância pela metade - e caído afoito nas garras de gavião do destino insano, e, em vez de aprender com gestos, sanções, atitudes e eventuais surras de falácias caseiras, as lágrimas dos céus me aconteceram bem mais cedo do que eu pensava e esperava, e eu pude compreender (e posso traduzir tristemente isso agora em banzos-blues), que o amargurado que me tornei, além de algum eventual improviso de jazz com solo de tristices, foi ter tomado peito muito precocemente para enfrentar a barra de viver (a barra pesada de viver), e ter caído no rocambole do mundo como um inocente puro e simples, mesmo as mãos limpas, o peito arfando, os olhos viçados, isto é, simplesmente uma frágil folha de papel rasa em que a vida pôs a malvada descompostura dela, o que me tornou também sofredor precoce, depois refém da sensibilidade extremada, com muito déficit afetivo, e eu lamentavelmente pude, assim, de alguma forma, ser abatido, predado, sofrido, tornar-me - na fuga! na fuga! - um poeta com sânscrita identidade de humildes como licor de jabuticaba de terceira dimensão em realidade substituta.

    Se eu pudesse pedir perdão... por alguma razão, loucura, ou macadame de sofrência, eu pediria perdão às minhas adoráveis seis irmãs, não apenas por tê-las amado tanto, mas por não ter tido competência para tê-las defendido como deveria, e também por não estar presente ainda mais como o outro seio secreto delas, amparando as ocasionais angústias e perdas, carregando as sobras de tantas tintas intimas das vaidades exageradas delas, ou colhendo mais dos filhotes-sobrinhos belos e abençoados que me deram quando eu era peregrino fugidor, e por isso, intimamente por isso eu as amei muito, amo-as mais do que posso traduzir, e as amarei muito além do lar infinital do dono do sol, quando, finalmente e então, os meus globos oculares já com saquinhos de chá sobre as pálpebras inferiores disserem de meu quase um século de vida, e eu poder dizer Adeus para ver o remanso do último lírio selvagem da terra, e então poder ir, finalmente, colher estrelas no campo de estrelas do céu com meu finado genitor, porque, assim também, claro, no vislumbre do reencontro, sei que na casa de meu pai há muitas moradas.

    Se eu pudesse pedir perdão...de alguma forma, de alguma maneira, em algum estágio e devão desse erradio caminho (de caminheiro atiçado pela busca de um farol além da curva do arco-íris), eu iria pedir também que me perdoassem tantas coisas, nesse favo de inventário e partilha, a saber:



    Um: Eu pediria perdão a
    Todas as ruas de minha infância, principalmente aquelas com terrinhas cor-de-rosa de minha descalça pegada íntima, na liberdade de ser puro entre aurorais, encantários, ninhais, e, claro, também, mandorovás, camaleões e fantasmas verdes entre beronhas e formigas-saúvas

    Dois: Eu pediria perdão a
    Todos os quintais das casas de cigano aonde morei, nessa e em outras vidas antigas - ah a aurora que trago da infância! - entre dormentes, trilhos, tatus, canteiros, pardais & cidreiras, porque de eios de água brotaram imaginações saradinhas como cuques de framboesas temporãs

    Três: Eu pediria perdão a
    Todos os milhares de livros que eu li, porque neles, pelo menos assim em tempos de vacas magras, todos os finais eram magnificamente felizes, o Crusoé era uma gaivota santa numa ilha de nascentes limpas, e eu imaginava que, sendo eu mesmo, sempre, teria santerias por atacado nas minhas aventuras de atiçado, sensível, quase um Sentidor da pá virada

    Quatro: Eu pediria perdão a
    Todas aos homens* que eu amei, e que não me amaram, e que assim e talvez por isso mesmo foram infelizes para sempre, como uma desculpa-livramento, um castigo-andaime, uma solidão-palhaço, um prelúdio-talismã. Até porque, confesso, o meu primeiro amor foi uma parede. Que eu trago e tenho comigo, como um íntimo butim, como um alforje de estrelas que despenco cada vez que escrevo. E eu escrevo para não chorar. E eu faço poemas porque não sei morrer sozinho como uma lesma cega cor de leite

    Cinco: E pediria perdão por
    Todos os malditos(..) sonhos que eu tive. Eu, tola*, achava que iria crescer e mudar o mundo. Só os imbecis são felizes? Primeiro queria ser presidente, depois poeta, afinal restei-me educador. Como viram, nunca soube me escolher na melhor parte do filé das víboras, nos tapumes dos chacais, nos guizos dos incrédulos. Fui, perdoem, cem por cento eu mesmo e todo emocional como um baú de estimas. Deus sabe com quantas lágrimas faz o castelo de nossas idas e vindas (não há perdão no esquecimento)

    Seis: Eu pediria perdão a
    Todos os inimigos, e circunstancialmente os tive em algum lugar ou vareio de palavras, e que por algum motivo me magoaram, me traíram como margens abruptas de um rio inocente. Alguns eu perdoei como se perdoa um esquilo cego por morder seu calcanhar de Aquiles, a outros eu acabei por - moendas do estilo da vida nua e crua - a dar pão e água, e, confesso, muitos eu matei tanto dentro de nim como um surto-circuito, que eles mesmo se anularam com seus nós íntimos, como cactos vítreos de rudezas pegajentas em clãs espúrios

    Sete: Eu pediria perdão a
    Todos os anjos que me ajudaram, e que devem me perdoar mesmo para muito além do eternamente, porque, aqui e ali, nalguma curva do caminho, sem o saber, sem querer e mesmo sem maldade, eu os abandonei entre um mata-burros, uma pinguela ou um portal. E há lugares (o mundo sombra?) que anjos não freqüentam. E eu atinado fui buscar candeeiro na boêmia, troçando alhures (troféus de mixórdias), trocando flores por cançonetas, amando tardes de chuvas e minguados afetos de ocasião, quase purgando interioridades com primaveras que já deram o que tinham de dar


    Oito: Eu pediria perdão
    Por todas as preces, todos os brancos lenços de adeuses (até os escondidos), todos os poemas escritos na mais cuneiforme intenção do refluxo do inconsciente - que é quando eu me despojo, me decomponho, pondo a alma para respirar - escrevendo de supetão o rebite de uma idéia, um ideal, entre um copo de leite azedo, um mimo celestial ou uma pestilenta tentativa de abismo que escrevendo evito um pouco

    Nove: Eu pediria perdão
    A todas as árvores que fui, de alguma maneira e por algum motivo, medidas as proporções, de groselheiras secas a laranjeiras sem guirlandas brancas, como se um dia, de verdade eu tivesse sido alguma espécie de árvore, noutro século, noutra encantação, e, por algum fruto proibido vim a ser vetado de ser outra vez, depois espiritualmente perdi o sagrado direito de tê-las comigo no DNA, e aqui me deixaram em dimensão-placenta errada, não apenas como um castigo pro carbono virar diamante, ou não, mas para como, tentativa de cicatriz, eu de novo aprender a ser raiz, a ser copa, a ser tronco, a ser pétala, a dar flores & frutos, tudo de novo, tudo outra vez, como uma canga, um pesadelo vivido, no arremate de uma alma superior cerzindo minhas perdas entre ofícios testamenteiros e arrozais de desculpas com azedumes terçãs

    Dez, finalmente
    Eu pediria perdão, ainda, nesses meus dez mandamentos-testemunhos (?) de desalinho e dor (poetas não têm peças de reposição), a àquilo que fui de alguma maneira, por algum motivo, sem o saber, sem o querer, sem o poder, mas identificando afinidades íntimas:


    -Cardume: Por ter sido um pouco areal, um pouco atol, um pouco rede, um pouco albatroz no mar de sargaços da vida, então paguei a duplicata da perda a ser isso também me serviu como lima nova em ferrugens adquiridas

    -Tempestade: Por ter navios fantasmas em mim, ser sobrevivente de naufrágios abismais, trazer estranhas marcas disso, fui isso e me feri de ver o que provoquei em ira insana, atemporal, obedecedor involuntário de desastres e tragédias

    -Chuva de abril: Por saber que nada me pertence, nada do que me foi dado é gratuito, tudo tem um preço e eu não acredito em valores a não ser o lado pérola da ostra, por isso pago dobrado esse crime de existir em Nau Catarineta errada, indo e vindo, carpinteiro das águas no teatro de absurdo dos ciclos que jamais dominarei

    -Cisterna: Porque ainda tenho lágrimas para tornear poemas por séculos e séculos, não tendo medida para a minha tristeza terreal, e nem me sabendo livro aberto em página errada, assim nunca poderei ordenar à dor que saia para sempre de mim, mesmo que eu ande pelo vale da sombra da morte...

    -Deserto: Porque sou solitária* como uma nave sideral pirata clonada de outra banda cósmica, e solitária* me tenho como ser espúrio em vinagre vencido e injusta*dessa existência pagã, então escrevo para não ficar louca*, escrevo porque o meu cálice transborda e ninguém tem piedade por eu ser como porta-lapsos em núcleo de paradoxos

    -Eco: Tudo o que sou, soa alto e claro, o que não sou, não sabendo inteiramente me assusta (cacos do espelho), então eu peço perdão por ter amado de repente quem não devia, dito adeus quando era para ficar estagiária* aprendido ser leitora de tudo quando deveria ser plantadora de campos de lavandas em outros mundos em que a morte não existe.

    -Barco encalhado: Isso eu sou e serei por muito tempo, mesmo não tenho ainda inteireza do que isso me representa ou me servirá, até porque, em frente ao mar eu me sinto o próprio mar, como se a mãe-natureza me fizesse carbono do sal marinho, depois gaivota número um, depois ilha de areia, depois pobre foca, até que eu perdesse asas ou guelras, até que eu pudesse nadar e ser átomo, esporo, pólen, e chover na horta da espécie humana com seu bezerro de ouro, entrando então pela porta dos fundos da existência só para exatamente pôr o dedo nessa ferida acesa que é o tão mal conjugado verbo viver

    E, por fim, perdoem musas e boêmios, perdoem anjos e vigiadores de quarteirão, eu me resto aqui uma aprendiz de tudo, entre um vazio e o vácuo, criando borboletas de palavras, sendo sempre um mulher* fora do meu tempo.Absolutamente,fora do meu tempo,do meu dia,da minha hora*...
    Quando eu era piá de tudo, amava estar com os idosos tão sábios. Agora que estou quase velho, adoro lidar com crianças.

    Sempre achei, aliás, que iria morrer muito cedo e criança.

    Espero morrer criança com quase cem anos.

    E que Deus tenha piedade de nós.

    À bença, Mãe. Ave Estância Boêmia de Itararé.

    Porque Hoje é Sábado, aviso aos incautos navegadores de primeira hora: Bolinhos de chuva encharcam com cervejas bentas, e criam mais tecido adiposo nas vaidades herdadas.


    (FIM)