segunda-feira, 30 de agosto de 2010

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No sorriso de um beijo
compreendi a minha tristeza e a minha solidão.
Compreendi que não me faz falta um corpo,
mas apenas o toque,
que não me fazem falta as carícias,
mas a intimidade,
não me faltam histórias,
mas fazem falta os momentos.
Finalmente entendo
que não me fazem falta as pessoas.
Falta apenas o tu.
O tu que não sei quem é.
Maior vazio que o de perdermos alguém é,
possivelmente, o de não termos quem perder.
Assim estou.
Agora como nunca.
Sem desejar quem partiu,
sem saber por quem esperar.
Estou vazio.
Agora como nunca,
reflectindo na felicidade de estranhos,
a minha incondicional amargura.
Não quero o que não é meu.
Apenas queria ter algo que pudesse,
ao fim do dia, guardar como seguro.
Vejo-me a reviver o nada que tive.
Vejo-me apenas mais uma vez só,
rodeado de uma multidão que não me vê
nem sabe quem sou.
Espero.
Porque sempre esperei que tudo fosse como um sonho.
Mas desta vez não sonho.
Já não.
Já não resta nada em mim
senão este saber que nada será como quis que fosse.
Tristes são as palavras de quem vive a sorrir,
de quem não se dá a conhecer.
Triste a vida de quem por detrás da máscara
encarna a sua verdadeira personagem.
Triste este vazio que está para lá do tanto que todos conhecem.
Cinzenta é a cidade que me rodeia,
cinzenta é a esperança que deixei de viver...
aguardo lentamente por um fim que cada vez mais tarda em chegar...
Aguardo pelo mais puro dos vazios.
Aguardo... vazio.


Blog Insensível.
Você é muito importante para mim!







Você corre, almoça, trabalha, canta, chora, ama.
Você sorri, mas nunca me chama.
Você se entristece, depois se acalma,
mas nunca me agradece.
Você caminha, sobe e desce escadas
e não se preocupa comigo.
Você tem tudo e não me da nada.
Você sente amor, ódio, sente tudo,
menos a minha presença.
Você tem os sentidos perfeitos,
mas nunca os usa por mim.
Você estuda e não me entende,
ganha e não me ajuda,
canta e não me alegra.
Você é tão inteligente e não sabe nada de mim.
Você reclama dos meus tratos,
mas não valoriza o que eu faço por você.
Se você está triste, me culpa por isso,
mas se está alegre não me deixa participar de sua felicidade.
Você conhece tanta gente importante,
mas não conhece a mim, que o considera tão importante.
Você faz o que os outros ordenam,
mas não faz o que lhe peço com humildade.
Se você não subiu na vida, descarrega sobre mim toda sua ira,
mas se você é importante pisa nos menos favorecidos.
Você quebra galhos para amigos,
mas não tira um espinho da minha testa.
Você entende todas as transações do mundo,
mas não entende minha mensagem.
Você reclama tanto da vida,
mas não sabe que a minha é triste por sua causa.
Você abaixa os olhos quando um superior lhe fala,
mas não levanta esses mesmos quando lhe falo do meu amor.
Você fala das pessoas, e não sabe que conheço toda sua vida.
Você enfrenta muitos obstáculos na vida, é forte, mas que pena, embora mão admita sei que você tem medo de mim.
Você defende seu time, seu ator,
mas não me defende no meio dos seus amigos.
Você corre com seu carro
mas nunca corre para os meus braços.
Você não sente vergonha de se despir perante alguém,
mas sente vergonha de tirar sua máscara diante de mim.
Você costuma "às vezes" falar do que fiz,
mas nunca me deu oportunidade de falar o que você fez.
Você é um corpo no mundo e eu sou um mundo em seu corpo.
Eu sou alguém que todos os dias bate a sua porta e pergunta:
Tem lugar para mim? Na sua casa, na sua vida, no seu coração?
Eu sou Jesus Cristo, estou presente nestas linhas
que você por curiosidade, começou a ler.

Desconheço o autor. (além de Jesus,é claro!)

domingo, 22 de agosto de 2010

NÃO JULGUES TEU IRMÃO



Amigo,


Examina o trabalho que desempenhas.
Analisa a própria conduta.
Observa os atos que te definem.
Vigia as palavras que proferes.
Aprimora os pensamentos que emites.
Pondera as responsabilidades que recebeste.
Aperfeiçoa os próprios sentimentos.
Relaciona as faltas em que, porventura, incorreste.
Arrola os pontos fracos da própria personalidade.
Inventaria os débitos em que te inseriste.
Sê o investigador de ti mesmo,
o defensor do próprio coração,
o guarda de tua mente.
Mas, se não deténs contigo a função do juiz,
chamado à cura das chagas sociais,
não julgues o irmão do caminho,
porque não existem dois problemas,
absolutamente iguais,
e cada espírito possui um campo de manifestações particulares.
Cada criatura tem o seu drama,
a sua aflição,
a sua dificuldade
e a sua dor.
Antes de julgar,
busca entender o próximo e compadece-te,
para que a tua palavra seja uma luz de fraternidade,
no incentivo do bem.
E, acima de tudo,
lembra-te de que amanhã,
outros olhos pousarão sobre ti,
assim como agora a tua visão se demora sobre os outros.
Então,
serás julgado pelos teus julgamentos e medido,
segundo as medidas que aplicas aos que te seguem.




ANDRÉ LUIZ

(De “Comandos do Amor”, de Francisco Cândido Xavier)

sábado, 21 de agosto de 2010

MUDE. ( EU ESTOU TENTANDO!)



Mas comece devagar,
porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde,
mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas calmamente,
observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira pra passear livremente
na praia, ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma do outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de TV,
compre outros jornais...
leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia,
o novo lado, o novo método, o novo sabor,
o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida,
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado...
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas,
troque de carro, compre novos óculos,
escrevas outras poesias.
Jogue fora os velhos relógios,
quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros,
outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se que a vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um novo emprego,
uma nova ocupação, um trabalho mais light,
mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas.
Mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!"



Pedro Bial

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Me distrai,
fiquei desatento e nem vi o tempo passar...

minha mente formada por palavras vã...
mentiras penetram em mim
e me tornaram cheio de descrença.
Conheci verdades que acabaram tão prematuramente...
com meus sonhos de criança de mãos e mente limpas.
Quantas e quantas vezes minha coragem
foi corroída por um rio de sangue que corria em minhas veias...
sucumbi.
Me olhei no espelho secreto e não reconheci meus traços...
Olhando para trás me assusto em ver,
que deixei meu futuro esquecido em meu passado.
Minhas lembranças sepultaram minhas ilusões...
chorei sem conter as lágrimas da tristeza que a vida me reservou.
Deixei meus passos pela areia da praia,
pegadas banhadas de amargura...
que nem o vento nem a agua do mar conseguiram apagar.
soquei punhais..escalei montanhas...removi pedras
e conquistei o que para todos era impossível depois de tanta espera...
venci.
Vivo tanta saudade que me consome de dor ...
por conta desta passageira vida...
Já gritei meu ódio do horror ao júbilo
e calei em absoluto silêncio meu grito mais sentido.
Pronunciei palavras fúteis que o tempo gravou...
e quantas palavras densas vi dissiparem em segundos...
Sempre que tento ser eu mesmo não me alcanço,
quando tento fugir de mim
não escapo de minhas próprias mãos...
Mas uma esperança permanece neste corpo e alma...
meu outono chegara.

Olavo.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O FIM CHEGOU, DEIXO APENAS UM POEMA.

Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto
e nem o que sou...
Não sabem que passou,
um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim,
e que me gelou.
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando
e por onde vou?!!!
Sinto os passos de Dor,
essa cadência
Que é já tortura infinda,
que já é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa,
o mesmo tédio,
A mesma angústia funda,
sem remédio,
Andando atrás de mim,
sem me largar!



Florbela Espanca

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos.
Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho?
Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais?
Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.
Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos:
seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante,
e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará:
não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam...
e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!)
destruir recordações,
mudar de casa,
dar muitas coisas para orfanatos,
vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível,
do que está acontecendo em nosso coração...
e o desfazer-se de certas lembranças,
significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora.
Soltar.
Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas,
portanto às vezes ganhamos
e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo,
não espere que reconheçam seu esforço,
que descubram seu gênio,
que entendam seu amor.
Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos,
promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo,
é preciso terminar o antigo:
diga a si mesmo que o que passou,
jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa
- nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil,
mas é muito importante.
Encerrando ciclos.
Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba,
mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta,
mude o disco,
limpe a casa,
sacuda a poeira.
Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.
Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te :
“Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão”



Fernando Pessoa.

AO MEU PAI E MINHA IRMÃ JÉSSICA,QUE VAI VOLTAR.

Conte aos quatro ventos os seus desejos,
espalhe-os como se fossem sementes,
adube-os com os seus sonhos e um dia,
eles retornarão em forma de realidade.
Seja otimista mesmo diante da negação, do que parece ser intransponível.
A maior barreira continua sendo o seu pensamento.
Cumprimente a todos igualmente, não faça distinção das pessoas, todos têm um dom especial e diferente, que poderá ser útil quando você menos espera.

Enquanto o amor não acontece,
abra seu coração para novas experiências,
ame mais o próximo, ame mais os familiares,
os animais, a natureza.
Se o amor já bateu na sua porta e anda meio apagado,
acenda a chama buscando nas suas memórias os pequenos gestos que um dia os aproximou.
Ao invés de cobrar, ofereça aquilo que deseja receber, assim o amor renasce e se fortalece.
Se por algum motivo, a solidão tomar posse das suas noites,
nada e desespero, aproveite para se conhecer melhor,
escreva as suas memórias,
planeje o seu futuro,
e durante o dia busque ser mais solidário.
Ore por alguém, seja por um familiar,
um amigo querido, ou se possível, por aquela pessoa que você não entende porque não gosta, ou aquela que tem algo contra você.
A melhor coisa da vida é ter alguém que ore por nós.
Plante uma árvore, seja na sua rua, num hotel fazenda, ou mesmo uma pequena planta na varanda do apartamento.
Árvores e plantas são mensageiras de Deus,
experimente conversar com elas.
Por fim, para que a vida se complete,
adote uma causa para lutar, seja a sua felicidade,
a defesa da natureza, dos animais,
dos órfãos, dos idosos, dos que têm doenças crônicas,
das vítimas da violência, ou qualquer outra boa causa,
assim você esquece dos seus problemas,
passa a ter a certeza que todos eles juntos são menores que um só dessas vítimas da crueldade do mundo que ainda não aprendeu que somos todos irmãos.
Ser feliz, simplesmente feliz, com o que você tem hoje,
com o que terás amanhã,
com a bagagem que trouxe do ontem.
Somos formados por pensamentos, atitudes e muitos, muitos sonhos.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

ENVELHECÍ... (SOB O OLHAR DE LEONE LACERDA.

Um dia desses uma jovem me perguntou como eu me sentia sobre ser velha.
Levei um susto, porque eu não me vejo como uma velha.
Ao notar minha reação, a garota ficou embaraçada, mas eu expliquei que era uma pergunta interessante, que pensaria a respeito e depois voltaria a falar com ela.

Pensei e concluí:
a velhice é um presente.
Eu sou agora, provavelmente pela primeira vez na vida, a pessoa que sempre quis ser.
Oh, não meu corpo!
Fico incrédula muitas vezes ao me examinar,
ver as rugas, a flacidez da pele, os pneus rodeando o meu abdomem, através das grossas lentes dos meus óculos,
E constantemente examino essa pessoa velha que vive em meu espelho e não reconheço.Nem parece que sou eu.
(e que se parece demais com meu pai),
mas não sofro muito com isso.
Não trocaria meus amigos surpreendentes, incríveis,amáveis,irmãos,
minha vida maravilhosa, e o carinho de minha família (que escolhí), por menos cabelo branco ,uma barriga mais lisa ou um bumbum mais durinho.
Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais condescendente comigo mesma, menos crítica das minhas atitudes.
Tornei-me amiga de mim mesma.
Não fico me censurando se quero comer um bolinho-de-chuva a mais, ou se tenho preguiça de arrumar minha cama, ou se compro um anãozinho de cimento que não necessito, mas que ficou tão lindo no meu jardim.
Conquistei o direito de matar minhas vontades,
de ser bagunceira, de ser extravagante, de falar o que penso e especialmente, de só amar, quem me ama demais da conta e sente a minha falta.
Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais,
antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.
Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar paciência no computador até às 4 da manhã e depois só acordar ao meio-dia?
Se nunca abro a porta de casa, quando não sinto vontade???
Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos das décadas de 50, 60, 70 e se, de repente, chorar lembrando de alguma paixão daquela época, posso chorar mesmo! Que mal ha em chorar? Motivos,é que nunca faltam!
Andarei pela praia em um maiô excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulharei nas ondas e darei pulinhos, como na infancia, se quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros.
Eles, também, se conseguirem, envelhecerão.
Sei que ando esquecendo muita coisa! (Meu Deus, como isto é verdade!!!)quem sabe, isto não seja um meio de ficar mais fácil e bom para se poder perdoar. Mas, pensando bem, há muitos fatos na vida que merecem ser esquecidos.E eu, me esqueço de quase todos.
E das coisas importantes, eu me recordo freqüentemente.
Das lembranças boas, acreditem, jamais me esquecerei.
Certo, ao longo dos anos meu coração sofreu muito.Muito!
Como não sofrer se você perde um grande amor,ou quando não é amada,ou quando uma criança sofre, ou quando um animal de estimação é atropelado por um carro?
Mas corações partidos são os que nos dão a força,
a compreensão e nos ensinam a compaixão.
Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril
e nunca conhecerá a alegria de ser forte,
apesar de imperfeito.
Sou abençoada por ter vivido o suficiente para ver meu cabelo embranquecer e ainda querer tingi-los a meu bel prazer, e por ter os risos da juventude e da maturidade gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto.
Muitos nunca riram, muitos morreram antes que seus cabelos pudessem ficar prateados.
Conforme envelhecemos, fica mais fácil ser positivo.
E ligar menos para o que os outros pensam.
Eu não me questiono mais.
Conquistei o direito de estar errada e não ter que dar explicações.
O que é errado pra você,pode estar totalmente certo para mim.
Assim, respondendo à pergunta daquela jovem graciosa,
posso afirmar: ”Eu gosto de ser velha”.
Libertei-me!
Gosto da pessoa que me tornei.
Não vou viver para sempre, mas enquanto estiver por aqui,
não desperdiçarei meu tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupando com o que virá.
E comerei sobremesa todos os dias e repetirei,
se assim me aprouver…
E penso que nunca me sentirei só.
Sou receptiva e carinhosa, e se amizades antigas teimam em partir antes de mim, outras novas, assim como você, vêm a mim buscar o que terei sempre para dar enquanto viver:
experiência e muito amor.Mas muito amor mesmo;porém a quem também tiver amor para me dar.Esta pode ser a parte ruim, de envelhecer...

domingo, 8 de agosto de 2010

CARTA DO AUSENTE.

PARA LEONE LACERDA.
DE ALGUEM QUE A AMA.


Meus amigos,
se durante meu recesso virem por acaso
passar a minha amada peçam silêncio geral.
Depois apontem para o infinito.
Ela deve ir como uma sonâmbula,
envolta numa aura de tristeza,
pois seus olhos só verão a minha ausência.
Ela deve estar cega de tudo o que seja o meu amor
(esse indizível amor que vive trancado em mim
num cárcere mirando empós seu rastro).
Se for a tarde, comprem e desfolhem rosas
à sua melancólica passagem,
e se puderem entoem cantus-primus.
Que cesse totalmente o tráfego
e silencie as buzinas
de modo que se ouça longamente o ruído de seus passos.
Ah, meus amigos,
ponham as mãos em prece e roguem,
não importa a que ser ou divindade por que bem
haja a minha grande amada durante o meu recesso,
pois sua vida é minha vida,
sua morte a minha morte.
Sendo possível soltem pombas brancas
em quantidade suficiente
para que se faça em torno dela
a suave penumbra que lhe apraz.
Se houver por perto um hi-fi,
coloquem o "Noturno em sí bemol" de Chopin.
E se porventura ela se puser a chorar,
oh recolham-lhe as lágrimas em pequenos frascos
de opalina a me serem mandados regularmente,
pela mala diplomática.
Meus amigos, meus irmãos
(e todos os que amam a minha poesia),
se por acaso virem passar a minha amada
salmodiem versos meus.
Ela estará sobre uma nuvem
envolta numa aura de tristeza
o coração em luz transverberado.
Ela é aquela que eu não pensava mais possível,
nascida do meu desespero de não encontrá-la.
Ela é aquela por quem caminham as minhas pernas
e para quem foram feitos os meus braços,
ela é aquela que eu amo no meu tempo
e que amarei na minha eternidade
- a amada una e impretérita.
Por isso procedam com discrição mas eficiência:
que ela não sinta o seu caminho,
e que este, ademais ofereça a maior segurança.
Seria sem dúvida de grande acerto
não se locomovesse ela de todo,
de maneira a evitar os perigos
inerentes às leis da gravidade
e do momentum dos corpos,
e principalmente aquele devidos à
falibilidade dos reflexos humanos.
Sim, seria extremamente preferível
se antivesse ela reclusa em andar térreo
e intramuros um ambiente azul de paz e música.
Oh, que ela evite sobretudo dirigir à noite
Ah! como ela gosta disto.
e estar sujeita aos imprevistos da loucura dos tempos.
Que ela se proteja,
a minha amada contra os ales terríveis
desta ausência com música e equanil.
Que ela pense, agora e sempre em mim,
que longe dela
ando vagando pelos jardins noturnos
da paixão da melancolia.
Que ela se defenda, a minha amiga,
contra tudo   que anda voa, corre e nada;
e que se lembre que devemos nos encontrar
e para tanto é preciso que  estejamos  integros
e acontece que os perigos são maximos
e o amor de repente de tão grande
tornou tudo fragil,
extremamente,
extremamente frágil.



Vinícius De Moraes

sábado, 7 de agosto de 2010

Era uma vez...
As histórias maravilhosas começam assim.
Não importa o tamanho delas.
Se começam por era uma vez, são sempre maravilhosas.

Pois era uma vez um homem.
Um homem pobre que de precioso só tinha um cálice.
Nele, ele bebia a água do riacho que passava próximo à sua casa. Nele, bebia leite, quando o conseguia, em troca de algum trabalho.
Era pobre, mas feliz.
Feliz com sua esposa, que o amava.
Feliz em sua pequena casa, que o sol abraçava nos dias quentes, tornando-a semelhante a um forno.
Feliz com a árvore nos fundos do terreno,
onde escapava da canícula.
Saía pelas manhãs em busca de algum trabalho,
que lhe garantisse o alimento a ele e à esposa, a cada dia.
Assim transcorria a vida, em calma e felicidade.
Nas tardes mornas, quando retornava ao lar,
era sempre recebido com muita alegria.
Era um homem feliz. Trazia o coração em paz,
sem maiores vôos de ambição.
Então, um dia...
Sempre há um dia em que as coisas acontecem
e mudam o rumo da História.
Pois, nesse dia, nem ele mesmo sabendo o porquê,
uma lágrima caiu de seus olhos, dentro do cálice.
De imediato, o homem ouviu um pequeno ruído,
como de algo sólido, que bateu no fundo do recipiente.
Olhou e recolheu entre os dedos uma pérola.
Sua lágrima se transformara em uma pérola.
Então, o homem pensou que poderia ficar muito rico,
se chorasse bastante.
Como não tinha motivos para chorar, ele começou a criá-los. Precisava se tornar uma pessoa triste, chorosa, para enriquecer.
Com o dinheiro da venda das pérolas pensava comprar lindas roupas para sua esposa, uma casa mais confortável, propriedades, um carro.
E assim foi.
Ele começou a buscar motivos para ficar triste e para chorar muito.
Conseguiu muitas riquezas.
Ele poderia tornar a ser feliz.
No entanto, desejava mais.
As pequenas coisas que antes lhe ofertavam alegrias,
agora, de nada valiam.
Que lhe importava o raio de sol para se aquecer no inverno?
Com dinheiro, ele mandou colocar calefação interna em toda sua residência.
Por que aguardar os ventos generosos para arrefecer o calor nos dias de verão?
Com dinheiro, ele pediu para ser instalado ar condicionado em toda a sua casa.
E no carro, e no escritório que adquiriu para gerir os negócios que o dinheiro gerara.
E a tristeza sempre precisava ser maior.
Do tamanho da ambição que o dominava.
Nunca era o bastante.
Os afagos da esposa, no final do dia e nos amanheceres de luz deixaram de ser imprescindíveis.
Ele não podia perder tempo.
Precisava chorar.
Precisava descobrir fórmulas de ficar mais triste
e derramar mais lágrimas.
Finalmente, quando o homem se deu conta, estava sem esposa,
sem amigos.
Só...
Com seu dinheiro, toda sua imensa fortuna.
Chorando agora, estava tão desolado,
que nem mais se importava em despejar o dique das lágrimas no cálice.
A depressão tomara conta dele e nada mais tinha significado.
A história parece um conto de fadas.
Mas nos leva a nos perguntarmos quantas vezes desprezamos os tesouros que temos, indo à cata de riquezas efêmeras.
Pensemos nisso e não desperdicemos os valores verdadeiros de que dispomos.
Nem pensemos em trocá-los por posses exageradas.
A tudo confiramos o devido valor,
jamais perdendo nossa alegria.
Haveres conquistados à troca de infelicidade,
somente geram infelicidade.



(O caçador de pipas de Khaled Hosseini)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A PEDRA DA FELICIDADE

Nos tempos das fadas , um moço achou em seu caminho uma pedra
que emitia um brilho diferente de todas as que ele já conhecera.
Impressionado, decidiu levá-la para casa.
Era uma pedra do tamanho de um limão e pertencia a uma fada, que a perdera por aqueles caminhos, em seu passeio matinal.
Era a Pedra da Felicidade.
Possuía o poder de transformar desejos em realidade.
A fada, ao se dar conta de que havia perdido a pedra,
consultou sua fonte de adivinhação e viu o que havia ocorrido.
Avaliou o poder mágico da pedra e, como a pessoa que a havia
encontrado era um jovem de família pobre e sofredora,
concluiu que a pedra poderia ficar em poder dele,
despreocupando-se quanto à sua recuperação.
Decidiu ajudá-lo.
Apareceu ao moço em sonho e disse-lhe que a pedra tinha poderes para atender a três pedidos:
um bem material,
uma alegria
e uma caridade.
Mas que esses benefícios somente poderiam ser utilizados em favor de outras pessoas.
Para atingir o intento, cabia-lhe pensar no pedido
e apertar a pedra entre as mãos.
O moço acordou desapontado.
Não gostou de saber que os poderes da pedra
somente poderiam ser revertidos em proveito dos outros.
Queria que fossem para ele.
Tentou pedir alguma coisa para si,
apertando a pedra entre as mãos,
sem êxito.
Assim, resolveu guardá-la, sem interesse em fazer uso dela.
Os anos se passaram e este moço tornou-se bem velhinho.
Certo dia, rememorando seu passado
concluiu que havia levado uma vida infeliz,
com muitas dificuldades, privações e dissabores.
Tivera poucos amigos, porém, reconhecia ter sido muito egoísta. Jamais quisera o bem para os outros.
Antes, desejava que todos sofressem
tanto quanto ele.
Reviu a pedra que guardara consigo durante quase toda sua existência;
lembrou-se do sonho e dos prováveis poderes da pedra.
Decidiu usá-la,
mesmo sendo em proveito dos outros.
Assim, realizou o desejo de uma jovem,
disponibilizando-lhe um bem material.
Proporcionou uma grande alegria a uma mãe
revelando o paradeiro de uma filha há anos desaparecida e,
por último, diante de um doente,
condoeu-se de suas feridas, ofertando-lhe a cura.
Ao realizar o terceiro benefício, aconteceu o inesperado:
a pedra transformou-se numa nuvem de fumaça e,
em meio a esta nuvem,
a fada vista no sonho que tivera logo ao achar a pedra -
surgiu, dizendo:
- Usaste a Pedra da Felicidade.
O que me pedires, para ti, eu farei.
Antes, devias fazer o bem aos outros,
para mereceres o atendimento de teu desejo.
Por que demoraste tanto tempo para usá-la?
O homem ficou muito triste ao entender o que se passara.
Tivera em suas mãos, desde sua juventude,
a oportunidade de construir uma vida
plena de felicidade,
mas, fechado em seu desamor,
jamais pensara que fazendo o bem aos outros,
colheria o bem para si mesmo.
Lamentando o seu passado de dor
e seu erro em desprezar os outros,
pediu comovido e arrependido:
- Dá-me, tão somente,
a felicidade de esquecer o meu passado egoísta.







(fonte: "Histórias que ninguém contou, conselhos que ninguém deu.")

VAMOS AGORA TESTAR A AMIZADE DO PRESIDENTE LULA,COM O TERRORISTA.

Caros amigos,


Graças à comoção no Brasil e o mundo, o Presidente Lula ofereceu asilo à Sakineh Ashtiani, a mulher iraniana condenada à morte por apedrejamento. Porém hoje de manhã o governo iraniano insinuou que a oferta seria rejeitada.
O governo do Irã ouve o Lula. Se ele se comprometer a fazer o que for preciso, ele poderá salvar a Sakineh. E nós sabemos que o Lula ouve a opinião pública, na semana passada, a comoção popular fez ele mudar de idéia e oferecer asilo à Sakineh.
As nossa vozes podem ajudar a salvar a vida de Sakineh e trazer esperança para as pessoas condenadas ao apedrejamento. Clique abaixo para enviar uma mensagem para o Presidente Lula pedindo para ele não desistir e negociar com o Irã até que a Sakineh seja salva.
http://www.avaaz.org/po/lula_salve_sakineh/97.php?cl_tta_sign=5bb2a8654c67d098c7fe52fdbaf7212d
Sakineh foi condenada à morte por apedrejamento por supostamente ter tido relações com outros homens... anos após a morte de seu marido. Seus dois filhos lançaram uma campanha para salvá-la, gerando uma repercussão internacional. Com a pressão, o governo iraniano decidiu revocar o apedrejamento, porém ainda querem executá-la por enforcamento.
Devido ao esforço por uma diplomacia paciente com o Irã, o Presidente Lula é a única pessoa que poderá salvar a Sakineh.
Após ele ter recusado intervir, cidadãos brasileiros se mobilizaram pela Internet para defender a Sakineh, como resultado alguns dias atrás ele mudou de opinião e ofereceu asilo a ela. Após a intervenção do Lula, o governo iraniano começou a tratar melhor a família de Sakineh.
Um porta-voz iraniano afirmou que o Lula estava mal informado sobre o caso, porém esta não parece ser a palavra final do governo iraniano sobre a proposta de asilo. O Irã poderá tomar uma decisão sobre a execução de Sakineh ainda esta semana. Não temos muito tempo – vamos enviar uma mensagem clara para Lula insistir na libertação da Sakineh:
http://www.avaaz.org/po/lula_salve_sakineh/97.php?cl_tta_sign=5bb2a8654c67d098c7fe52fdbaf7212d
A luta da Sakineh trouxe o apedrejamento para os holofotes da mídia internacional pela primeira vez em anos. Se nós nos agirmos agora, poderemos provar que o mundo não aceita estas práticas brutais, e não somente poderemos também salvar uma vida, como daremos esperança para as outras 15 pessoas aguardando a morte por apedrejamento no Irã e todos aqueles aguardando uma execução injusta em presídios mundo afora. Vamos agir enquanto há tempo para garantir que o Brasil cumpra a sua responsabilidade de proteger os direitos humanos, seja onde for.



Com esperança,
Ben, Graziela, Maria Paz, Ricken, Alice e toda a equipe Avaaz

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

MATAR EM NOME DE DEUS??? - DESCULPEM!!!

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Irã sinaliza que recusará oferta de Lula para receber condenada


Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, foi condenada a apedrejamento.
Porta-voz disse que Lula tem personalidade
'emotiva e humana'.


Da Associated Press
O Irã sinalizou nesta terça-feira (3) que deve rejeitar a proposta do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para abrigar a iraniana condenada a morrer apedrejada por adultério.
O caso de Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, levantou uma polêmica internacional e fez com que o governo adiasse a sentença dela, que pode ser mudada para a forca.
saiba mais
Lula pode ajudar a libertar condenada a apedrejamento, diz ativista iraniana.
"Que eu saiba, (o presidente Luiz Inácio Lula])da Silva tem uma personalidade muito humana e emotiva e provavelmente não recebeu informações suficientes sobre o caso", disse o porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast.
Segundo ele, mais informações seriam repassadas a Lula para esclarecer a condição de uma pessoa "condenada por cometer um crime".
No sábado, Lula propôs que seu país recebesse Sakineh Mohamadi Ashtiani, mãe de dois filhos, condenada em 2006 por ter mantido "uma relação ilegal" com dois homens depois da morte de seu marido, e também por assassinato e outros crimes, segundo a agência Irna.
"Quero fazer um apelo a meu amigo (o presidente iraniano Mahmud) Ahmadinejad, ao líder supremo do Irã (Ali Khamenei), e ao governo do Irã para permitir que o Brasi possa receber a mulher", disse Lula durante uma visita a Curitiba.
Os Estados Unidos apoiaram a proposta brasileira.
"Se o Brasil está disposto a aceitá-la, esperamos que o Irã considere isso como um gesto humanitário.
O fato de o Brasil demonstrar atitude indica vontade de resolver e esperamos que o Irã escute", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano Philip Crowley.

matéria do Bom dia Brasil
Rede Globo.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

QUEM SOU EU?



Pouco importa de onde viemos e para onde vamos,
mas quem somos é crucial descobrir.
A gente é o que a gente gosta.
A gente é nossa comida preferida,
os filmes que a gente curte,
os amigos que escolhemos,
as roupas que a gente veste,
a estação do ano preferida,
nosso esporte, as cidades que nos encantam.
Você não está fazendo nada agora?
Eu idem.
Vamos listar quem a gente é:
você daí e eu daqui.


Eu sou outono, disparado. E ligeiramente primavera.
Estações transitórias.
MM.
- Eu, sou outono e inverno disparado,embora ame o desabrochar das flores na primavera.
Sou as transições!
LL
Sou Woody Allen. Sou Lenny Kravitz. Sou Marilia Gabriela. Sou Nelson Motta. Sou Nick Hornby. Sou Ivan Lessa. Sou Saramago.MM.
- Sou Jack Kennedy.Sou Dolly Parton.Sou Maria Betânia.
Sou Gal.Sou Françoise Hardi,Sou Edit Piaf.
Sou Mariza e Mariza Monte.Sou Richard Bach.
LL.
Sou pães, queijos e vinhos, os três alimentos que eu levaria para uma ilha deserta, mas não sou ilha deserta: sou metrópole.
MM.
- Sou pães, vinhos,queijos,peixes,azeites;
os alimentos que eu levaria para uma ilha deserta;
pois embora não pareça, eu sou uma ilha.
LL.
Sou bala azedinha. Sou coca-cola. Sou salada caprese. Sou camarão à baiana. Sou filé com fritas. Sou morango com sorvete de creme. Sou linguado com molho de limão. Sou cachorro-quente com mostarda e queijo ralado. Do churrasco, sou o pão com alho.
MM.
- Sou suco de todas as frutas.
Sou salada russa.Sou camarão com moranga.
Sou filé com pão de sal e salada.Sou manga madura.
Sou bacalhau da Islandia.
Sou cachorro quente espanhol.Do churrasco,sou picanha.
LL.Sou livros. Discos. Dicionários. Sou guias de viagem. Revistas. Sou mapas. Sou Internet. Já fui muito tevê, hoje só um pouco GNT. Rádio. Rock. Lounge. Cinema. Cinema. Cinema. Teatro.MM.
- Sou livros.Sou cartões portais.Sou fotografias.
Sou porta-retratos.Sou poucos amigos verdadeiros.
Sou livros antigos de receitas.Sou livros de receitas francesas.Sou violão.Sou piano.Sou música.Sou voz.
Sou Internet. Sou mato verde.Sou orvalho.
Sou Dicionários.Sou pesquisa.Sou Mapas.Sou cidades.
Sou Países.
LL.Sou azul. Sou colorada. Sou cabelo liso. Sou jeans. Sou balaio de saldos. Sou ventilador de teto. Sou avião. Sou jeep. Sou bicicleta. Sou à pé.
MM.
Sou rosa.Sou pálida.Sou cabelo despenteado.Sou seda.Sou grife.Sou ar puro.Sou avião.Sou automóvel.Sou Jeep.Sou barcos.Não sou  à pé.
LL.
Você está fazendo sua lista? Tô esperando.
Sou tapetes e panos. Sou abajur. Sou banho tinindo. Hidratantes. Não sou musculação, mas finjo que sou três vezes por semana. Sou mar. Não sou areia. Sou Londres. Rio. Porto Alegre.
MM.
- Sou tapetes.Sou almofadas.Sou abajur com luz lilás.
Sou banho fervendo.
Sou todos os cremes da Lancôme.
Não sou ginástica;Mas tento cada mes, ser.
Sou mar.Sou o horizonte.
Sou os barcos.Sou a lua.Não sou sol.
Sou Genève,Belém,Florianópolis,Basel!
LL.
Sou mais cama que mesa, mais dia que noite, mais flor que fruta, mais salgado que doce, mais música que silêncio, mais pizza que banquete, mais champanhe que caipirinha. Sou esmalte fraquinho. Sou cara lavada. Sou Gisele. Sou delírio. Sou eu mesma.M.M.
Sou cama e mesa de boa qualidade.
Sou totalmente,unicamente noite.
Sou flor e fruta.
Sou só salgado,não sou doce.
Sou mais silêncio que música.
Sou banquete.
Mais vinho,mais champanhe.
Sou todos os tons pastéis.
Sou uma maquiagem leve.
Sou Leone Lacerda.
Sou eu mesma.
LL
Agora é sua vez.

Texto de Marta Medeiros;
Respostas de Leone Lacerda.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

UM HOMEM PRA SENTIR SAUDADE.

Não quero mais viver na rotina.
Quero ter vadias esperanças, um homem para sentir saudade.
Que eu possa chamar de meu enquanto dure.
Que me cubra de paixão enquanto estiver mergulhada no inverno do meu ser.
Podem me chamar de feminista, moderna demais, não me importo com as avaliações que andam por aí se espalhando.
Até aqui fui certinha, toda social e encoberta de disfarces.
Quero ser pervertida nos sentimentos.
Sobrevoar com as transgressões dos instintos.
Suar o rosto de prazer e esboçar alegria quando estiver ao lado de alguém.
Cansei de ser a mulher de um homem com estilo acomodado.
Da rotina insuportável do relacionamento estável.
Se eu sofrer?
Ah! ja não tenho mais medo da dor.
Essa opção foi realizada durante anos enquanto recuperei a autoestima.
Podia ter ficado no Velho Oeste cavalgando pelas estradas de barro, mas hoje não abro mão de novas aventuras.
Quero ter um homem para sentir saudade.
O que chega de maneira surpreendente e me invade sem pedir licença.
Fala sobre a minha pele sedosa,minha boca, meu corpo, meu cheiro. Que parte com a promessa do retorno e nem de longe espero ou sinto medo dele sumir.
Quero ter paixão instável, que me faça levitar.
Saborear os olhos brilhando enquanto os observo no espelho.
A maquiagem lindíssima.
Magia? Sim, com certeza me impressionando e fazendo acreditar que sou linda, mesmo que por algumas horas.
Puro feitiço.
Quero sentir saudade.
Me despedir do tédio.
Não ficar com um fantasma fazendo parte do meu destino.
Que se dane se acham que só quero viver o lado bom da vida.
E daí?
Se a opção for consciente,
tenho o direito de estar como vadia em minhas esperanças.
Tenho pensado e repensado sobre os dias que no passado tive.
As manhãs bem cuidadas,arte culinária,tardes e noites frias.
Hoje durmo com a quentura da saudade de alguém que ainda vai me tirar do sério.
Citar falsas esperanças.
Os sonhos do vestido de noiva, bolo de muitos andares.
A festa de Cinderela.
E onde esses sonhos se esconderam?
Apologia da solteirice?
Das aventuras amantes?
O que importa se a felicidade jorrar na carne feminina?
É uma opção e me responsabilizo por ela.
Sou daquelas que só sobrevive quando tem um homem para sentir saudade.
Que se enfeita durante seis dias da semana para curtir o sétimo com loucura.
Que gasta um vidro de perfume em pouco tempo.
Que coleciona calcinhas sexies e tem a perfeita harmonia com a sexualidade voraz.
É preciso coragem para ter esse estilo.
Muita gente vai cobrar a velha pose de boa moça.
Vão desconfiar de minha alegria e apostar que estou infeliz e sozinha.
E eu jamais estive tão bem acompanhada.
A sociedade quer pares perfeitos.
Estou repleta dessa bobeira e vou sentir felicidade onde acho que mereço.
Desejo estar ao lado de pequenos detalhes que me dão vida.
Com quem me cobre de beijos, brinca e se embola com o meu bom humor no seu.
No passado eu queimaria na fogueira.
Teria os cabelos cortados.
A vergonha arrastada pelas ruas da cidade pequena demais para os meus anseios.
Mas nada pode estancar o meu coração vagabundo impertinente e com a missão de bater forte.
Sou mulher incandescente, que se reporta ao fogo das fogueiras e as fumaças do destino.
Com estrutura de matéria prima esquisita, mas que é mortal e feminina e adora viver a gostosura da vida.
Pelo menos essa fase eu vou viver, e como!
Tenho colecionado o néctar da liberdade para vaporizar meus caminhos.
Pisar firme na liberdade.
Essa maneira de ser não pode ser realizada se não estiver na busca dos meus sonhos.
Mas que sejam livres.
Motivem e me façam nua enquanto gozo de prazer.
Que toda mulher possa ter vivido pelo menos alguns momentos assim.
Ter as vadias esperanças acolhidas em um amor que fez inflar o peito.
Texto forte?
Pois bem, existem sentimentos que têm o aspecto apimentado.
E provar o sabor é oferecer oportunidade de viver episódios da existência ao lado de um homem que possa sentir saudade.
Quer saber?
É uma delícia.

Beth Valentim em 05/02/2010
FAÇO MINHAS, AS SUAS PALAVRAS!!!
LEONE LACERDA