segunda-feira, 2 de agosto de 2010

UM HOMEM PRA SENTIR SAUDADE.

Não quero mais viver na rotina.
Quero ter vadias esperanças, um homem para sentir saudade.
Que eu possa chamar de meu enquanto dure.
Que me cubra de paixão enquanto estiver mergulhada no inverno do meu ser.
Podem me chamar de feminista, moderna demais, não me importo com as avaliações que andam por aí se espalhando.
Até aqui fui certinha, toda social e encoberta de disfarces.
Quero ser pervertida nos sentimentos.
Sobrevoar com as transgressões dos instintos.
Suar o rosto de prazer e esboçar alegria quando estiver ao lado de alguém.
Cansei de ser a mulher de um homem com estilo acomodado.
Da rotina insuportável do relacionamento estável.
Se eu sofrer?
Ah! ja não tenho mais medo da dor.
Essa opção foi realizada durante anos enquanto recuperei a autoestima.
Podia ter ficado no Velho Oeste cavalgando pelas estradas de barro, mas hoje não abro mão de novas aventuras.
Quero ter um homem para sentir saudade.
O que chega de maneira surpreendente e me invade sem pedir licença.
Fala sobre a minha pele sedosa,minha boca, meu corpo, meu cheiro. Que parte com a promessa do retorno e nem de longe espero ou sinto medo dele sumir.
Quero ter paixão instável, que me faça levitar.
Saborear os olhos brilhando enquanto os observo no espelho.
A maquiagem lindíssima.
Magia? Sim, com certeza me impressionando e fazendo acreditar que sou linda, mesmo que por algumas horas.
Puro feitiço.
Quero sentir saudade.
Me despedir do tédio.
Não ficar com um fantasma fazendo parte do meu destino.
Que se dane se acham que só quero viver o lado bom da vida.
E daí?
Se a opção for consciente,
tenho o direito de estar como vadia em minhas esperanças.
Tenho pensado e repensado sobre os dias que no passado tive.
As manhãs bem cuidadas,arte culinária,tardes e noites frias.
Hoje durmo com a quentura da saudade de alguém que ainda vai me tirar do sério.
Citar falsas esperanças.
Os sonhos do vestido de noiva, bolo de muitos andares.
A festa de Cinderela.
E onde esses sonhos se esconderam?
Apologia da solteirice?
Das aventuras amantes?
O que importa se a felicidade jorrar na carne feminina?
É uma opção e me responsabilizo por ela.
Sou daquelas que só sobrevive quando tem um homem para sentir saudade.
Que se enfeita durante seis dias da semana para curtir o sétimo com loucura.
Que gasta um vidro de perfume em pouco tempo.
Que coleciona calcinhas sexies e tem a perfeita harmonia com a sexualidade voraz.
É preciso coragem para ter esse estilo.
Muita gente vai cobrar a velha pose de boa moça.
Vão desconfiar de minha alegria e apostar que estou infeliz e sozinha.
E eu jamais estive tão bem acompanhada.
A sociedade quer pares perfeitos.
Estou repleta dessa bobeira e vou sentir felicidade onde acho que mereço.
Desejo estar ao lado de pequenos detalhes que me dão vida.
Com quem me cobre de beijos, brinca e se embola com o meu bom humor no seu.
No passado eu queimaria na fogueira.
Teria os cabelos cortados.
A vergonha arrastada pelas ruas da cidade pequena demais para os meus anseios.
Mas nada pode estancar o meu coração vagabundo impertinente e com a missão de bater forte.
Sou mulher incandescente, que se reporta ao fogo das fogueiras e as fumaças do destino.
Com estrutura de matéria prima esquisita, mas que é mortal e feminina e adora viver a gostosura da vida.
Pelo menos essa fase eu vou viver, e como!
Tenho colecionado o néctar da liberdade para vaporizar meus caminhos.
Pisar firme na liberdade.
Essa maneira de ser não pode ser realizada se não estiver na busca dos meus sonhos.
Mas que sejam livres.
Motivem e me façam nua enquanto gozo de prazer.
Que toda mulher possa ter vivido pelo menos alguns momentos assim.
Ter as vadias esperanças acolhidas em um amor que fez inflar o peito.
Texto forte?
Pois bem, existem sentimentos que têm o aspecto apimentado.
E provar o sabor é oferecer oportunidade de viver episódios da existência ao lado de um homem que possa sentir saudade.
Quer saber?
É uma delícia.

Beth Valentim em 05/02/2010
FAÇO MINHAS, AS SUAS PALAVRAS!!!
LEONE LACERDA

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