terça-feira, 6 de abril de 2010

que quanto mais sei, (quase) nada sei.
que foi inútil pensar que sabia um pouco mais a cada dia da língua portuguesa, porque vem o governo e ceifa a minha certeza e devolve-me para o banco escolar.
que não basta eu escolher isto ou aquilo e achar que será assim ad eternum...
tudo depende de tantos outros aprendizados e outros tantos quereres.
que a minha idéia de paz é diferente da tua,
e que para muitos o paraíso está na luta,
na guerra sangrenta.
que eu dependo de ti, e também de ninguém
que estou absolutamente só, e acompanhada
que por trás de meu riso sempre está o oposto,
tão cintilante quanto que tu não podes me entender por mais que queiras,
mas que assim mesmo pode e deve me amar,
porque faz bem também para ti
que tudo o que eu toco tem energia,
por isso também me auto-abraço para autorrecargas e medições
que se quiser ver realmente a beleza,
deixe tudo o mais intacto possível,
no seu próprio habitat,
inclusive eu,que posso não ser salva,
até porque talvez não seja o caso
que posso me queimar ou congelar ou permanecer a 36ºC
que todo o dia tenho que dar um salto no escuro,
arriscar,
que o ar e o sangue circulam e que dependem de mim
que o povo do meu país tem medo do terror,
por isso guarda-o embaixo dos próprios lençóis,
acobertando políticos infames,
que a democracia é uma falácia na mão de gente mal intencionada
que o barco tem furo,
mas não só no casco
que eu sofro e gozo com a mesma intensidade
que afundo, mas também sei boiar,
e estou aprendendo a caminhar sobre as águas
que ainda não distingo todos os cheiros, sabores e cores,
mas não desisto
que ainda estou viva e ardo de paixão
que preciso me perder mais vezes,
para me reencontrar...

Nenhum comentário: