sábado, 22 de janeiro de 2011

“Parem todos os relógios.
Desconectem o telefone.
Impeçam o cão de latir com um suculento osso!
Calem os pianos, e, ao som de tambores rufando, tragam o caixão. Que venha o cortejo.
Deixem os aviões voarem no céu, escrevendo a mensagem
“Ele está morto”.
Ponham laços de crepom no pescoço das pombas.
Que os guardas de trânsito usem luvas pretas de algodão.
Ele era meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste,
a minha semana de trabalho e o meu domingo, meu meio-dia, minha meia-noite, minha fala e minha canção.
Achava que o amor ia durar para sempre.
Eu me enganei.
As estrelas não são necessárias agora.
Desliguem todas.
Embrulhem a lua e desmanchem o sol.
Esvaziem o oceano e limpem a mata,
pois nada mais vale a pena.”


poema de W.H.Auden – Funeral Blues.
O poeta dizia a propósito de um amigo muito amado e brevemente desaparecido.

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