DA MINHA ALDEIA
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe
de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos
nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
Alberto Caeiro
2 comentários:
Querida Leone
Há muito ausente do Diário da Leoa e ainda bricando um pouco com o meu olhar - o antropofágico , visto que tenho 43 olhares - fui "dragada" pela amplitude do sentir do Alberto Caeiro na mais poética e precisa delimitação e interpretação do espaço geográfico, existencial e aerofotogamétrico.
Davero VALE o olhar que dimensiona a imensão da nossa existência e não extensão corpórea que abriga puramente o nosso existir... "porque sou do tamanho do que vejo", do que desejo, do que sinto, do que consinto, do que permito, sou sobretudo do tamanho do que estrapolo, do que extra-polo, do que estravaso, do que transbordo...
Não convêm desprezar a absurda riqueza de ver além... Dos horizontes, dos gradios, dos rótulos, das muralhas, dos olhares, das aldeias, das cortinas, das convenções, da fumaça, da mediocridade.
Se puder ver além, veja também:
meuolharantropofagico.blogspot.com
Beijo a você e a Hannah...
Valéria Valério
Leone,sua Aldeia pode até não ser tão linda nem tão grande assim, mas é a "sua" aldeia. E na vida o que mais importa é ter uma aldeia pra chamar de sua. Uma aldeia que vc possa olhar e viajar, pra onde quer que seja, criar e recriar, afinal ela é "sua".
Aproveite muito a sua aldeia, valorize cada cm dela, porque o que nos faz maiores e melhores é a forma como tratamos o que conquistamos.
Avante!!! O tempo é curto e a jornada longa
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