sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

PARA VOCE.

É em tempos como estes que ela sente mais saudades dele.
Saudades dos momentos que tiveram… 
Saudades dos momentos bons e dos maus também (tudo fazia parte!). 
Sente saudades das conversas sem pé nem cabeça e das discussões que às vezes tinham. 
Sente saudades dos passeios, das duas vidas nada parecidas mas extremamente próximas, 
do sorriso que lhe estampava a face quando ele falava algo engraçado; da cara de raiva dele quando, mesmo sem querer, ela o irritava.
Saudades do contato intenso, único e todo errado que tinha com ele; das manhãs, tardes, noites e madrugadas; do ciúme dele, dos com fundamento e dos sem fundamento também; dos medos que ele apresentava e da maneira como ela cuidava deles. 
Saudades da forma como ele se preocupava com ela; s
audades da fraqueza dele, que dava a ela ânimo para ser forte; do primeiro beijo e do último também.
Saudades da vida que levavam, tão igual e tão desigual; de quando ele aparecia do nada e a fazia sorrir pelo simples fato de estar ali; do olhar intenso dele, e da maneira que ele dizia 
“bom dia” deixando o brilho nos olhos dela; das mãos dele nas dela, a da boca dela na dele. 
Saudades dos braços dela à procura dos dele e dos  braços dele procurando os dela.
Tem saudades dos planos que não fizeram, dos sonhos impossíveis que tentaram ver crescer. 
Sente saudades de tudo que se realizou e de tudo que não se realizou também; dos telefonemas antes de dormir, das  cartas com palavras doces, as palavras duras e a vontade de ser mais, ser diferente; 
da música que até hoje toca para lhe fazer sentir mais saudades. 
Saudades dos presentes no Natal e aniversários, da surpresa nos olhos dele.
Tem saudades dele ao seu lado, da presença dele nela mesmo que à distância; dele fazendo-a chorar e dela fazendo-o sorrir; de tudo o que viveram e do que não conseguiram viver. Saudades da mania dele de não saber amar que a fazia sentir-se a mulher mais amada do mundo;  da freqüência de um no outro, da forma de esquecer o mundo quando estavam juntos. Da maneira simples de ver a vida. Vida que não foi nada simples…
Tem saudades de ser dele, só dele e sempre dele; de pertencer inteiramente a ele, fazendo-lhe parte da  vida; de conhecer-lhe e acompanhar os passos; da história deles, a mais estranha que alguém já viveu e, certamente a mais complicada que Deus escreveu. 
Tem saudades do que contavam um para o outro, dos segredos que mantinham, que escondiam. Saudades do aniversário dele, e do  aniversário dela uma semana depois;
saudades do aniversário dos dois; do tempo deles, de cantar (mas cantar só para ele dentro do carro), saudade do café a cada manhã. 
Tem saudades do namoro escondido, onde só eram ela e ele; 
saudades do amor, dos encontros e dos desencontros.
Saudades de dizer “te amo para sempre”, “forever”; de estar com ele simplesmente por estar.  Saudades da amizade, da força e da confiança nela, neles.  
Sente saudades da voz, do carinho, da paixão, do desejo, das loucuras, do  talento; dele quando estava com ela e  dela quando estava com ele.
Saudades de um casamento que não aconteceu, mas foi quase real. 
Saudades dos filhos que não tiveram, mas cujos rostinhos sorridentes ela chegou a vislumbrar. Saudades da cama que não dividiram, mas onde esquentaram os lençóis hoje frios. 
Saudades do futuro que não viveram. 
Saudades dele. 
Só dele!
É em tempos como estes que ela sente mais saudades dele, pois se ele ainda fizesse parte de sua vida como fazia antes ela seria feliz de novo. 
De alguma forma ele ainda faz… 
Dizem por aí que todo “para sempre” tem um ponto final; 
entretanto, no dela, ela preferiu colocar reticências… 
Talvez por isso não tenha morrido de saudades.

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