segunda-feira, 9 de maio de 2011

NÃO TARDA, ESPERANÇA!





Não tarda, esperança! Que os olhos de muitos precisam ver a alvorada com todo o esplendor das tuas cores. 
Não te demores tanto, pois tantas almas anseiam pelas tuas carícias para sararem suas feridas.
Tantos te procuram em cada sol poente, em cada piscar de uma estrela, nos caminhos de sol e não te encontram.                        Onde estás? Em quais mares mergulhastes, em qual pedaço do ventre da terra te enterrastes.                                                          Por que te escondes de tantos corações infelizes, sofridos, agonizantes?                                                                                       Olha as calçadas frias, onde corpos miseráveis, desnudos de homens e crianças suplicam pela piedade pública.   

Coloca nessas mãos que mendigam uma gota da tua cor, da tua luz. Pais e mães indigentes com suas almas nuas pedem por seus filhos doentes, famintos, de peles sem viço, para tantos braços e pernas que passam acelerados e não vêem qualquer sinal que possa sair das tuas entranhas invisíveis.                                                    Apressa-te, esperança, vem nos ventos gelados das madrugadas aquecer o espírito dessa gente que o mundo esqueceu, que a vida sabotou. 
 Olha, essa caravana de dores, esse cortejo de infortúnios que desfilam melancolicamente seus dramas rotineiros, que te buscam em cada esquina, em cada porta que batem, que abrem e se fecham, em cada oração em que sussurram e não vêem os contornos do teu vulto.                                

 
Mostra a plumagem colorida das tuas asas, que imaginamos gigantescas, e resguarda das chuvas fortes a vergonhosa e dolorida nudez desses corpos gementes de dor.  

Estanca, esperança, com o alvo algodão do teu ventre, o sangrar desses corações cortados pela revolta que nasce da injustiça, do desprezo, da humilhação, berços ingratos dos seus estômagos vazios, do vazio das suas almas, que se esvaem na tua espera, na tua vinda, na quase desistência de sentirem as tuas glórias.                  
Não estanca, agora, o teu passo.   
  Não trai mais quem te espera abraçado com a desesperança, arrastando-se pelos corredores em que ficam escondidos no lado mais escuro da vida.                                                                         Não nega o teu beijo para quem tem os lábios ávidos de matar a sede na tua fonte que pensamos ser incessante de líquidos, de formas, de sonhos visíveis, invisíveis, de doces mistérios, de encantados segredos.  
Não estanca, esperança, jamais o teu passo!                                                                                                       Mostra para quem ardentemente precisa, que tuas mãos podem escrever histórias de vidas que só a fé explica.


Noelio Mello · Belém, PA.
Lane, como voce pediu, seguem algumas fotos daqui da Casa da Tranquilidade. 
 

Um comentário:

Lane disse...

Leone...que coisa linda!!!! Meu Deus que verde, que lindo!!! As flores, a plantação... tudo lindo, adorei...