sexta-feira, 6 de maio de 2011

PARA AS MÃES...

Da pátria formosa distante e saudoso


Chorando e gemendo meus cantos de dor,


Eu guardo no peito a imagem querida


Do mais verdadeiro, do mais santo amor:


Minha Mãe!


Nas horas caladas das noites de estio,


Sentado sozinho co'a face na mão,


Eu choro e soluco por quem me chamava:


Ó filho querido do meu coracão.


Minha Mãe!


No berco pendente dos ramos floridos,


Em que eu pequenino feliz dormitava,


Quem é que esse berco com todo o cuidado


Cantando cantigas alegre embalava?


Minha Mãe!





De noite, alta noite, quando eu já dormia,


Sonhando esses sonhos dos anjos dos céus,


Quem é que meu lábios dormentes tocava,


Qual anjo da guarda, qual sopro de Deus?


Minha Mãe!


Feliz o bom filho que pode, contente,


Na casa paterna, de noite e de dia,


Sentir as carícias do anjo de amores,


Da estrela brilhante que a vida nos guia:


Minha Mãe!


Por isso eu agora, na terra do exílio,


Sentado sozinho co'a face na mão,


Suspiro e soluco por quem me chamava:


"Oh filho querido do meu coracão!"


Minha Mãe!
O nome de minha mãe (1914-1992)
Casimiro de Abreu

Um comentário:

Lane disse...

Não sei qual que me dó mais.., se a poesia ou cachorro...kkkkkkkk